|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂMBIO
No ano, moeda européia acumula alta de 14,7% em comparação ao dólar
Euro rompe a barreira de US$ 1,20
DA REDAÇÃO
A cotação do euro passou de
US$ 1,20 pela primeira vez desde
que a moeda comum foi lançada,
em janeiro de 1999. Isso quer dizer que a moeda européia atingiu
sua maior cotação histórica diante da norte-americana, enquanto
o dólar caiu ao seu menor valor na
comparação com o euro.
No mercado de Londres, a moeda européia encerrou o dia cotada
a US$ 1,2015, com alta de 0,2% na
relação com a moeda norte-americana. Mas o volume de negócios
foi baixo devido ao feriado pelo
Dia de Ação de Graças na quinta-feira.
De acordo com analistas do
mercado de câmbio, não houve
um fator único que explique a
desvalorização do dólar. A moeda
vem perdendo fôlego desde o início do ano passado, e o seu enfraquecimento acaba dando espaço
para a alta do euro.
Os EUA têm déficit anual nas
suas transações com o exterior superior a US$ 400 bilhões. Para financiar esse buraco, o país precisa
receber investimentos estrangeiros, mas isso não vem ocorrendo
com a mesma intensidade registrada até 2001.
A zona do euro, cujas principais
economias são a Alemanha e a
França, está praticamente estagnada. Por isso, os analistas dizem
que a alta da moeda européia não
decorre do aquecimento da atividade no bloco, mas reflete a perda
de valor do dólar.
Os baixos juros norte-americanos também desestimulam o investimento de estrangeiros. A taxa básica está hoje em 1% ao ano
(abaixo da inflação), enquanto na
zona do euro a taxa é de 2% ao
ano (no mesmo nível da inflação).
Gangorra
O euro foi lançado a US$ 1,17 em
janeiro de 1999. No ano seguinte,
caiu ao nível histórico de US$
0,83, reflexo da intensa valorização do dólar durante o boom norte-americano, mas, a partir do
ano passado, sua cotação começou a recuperar terreno de maneira mais acelerada, voltando a ficar
acima de US$ 1.
Neste ano, a moeda européia
acumula alta de 14,7%. Nos últimos 12 meses, a valorização ante o
dólar chega a 20,8%.
"Certo ou errado, US$ 1,20 é
uma barreira psicológica e um
grande número. Nunca tínhamos
visto isso antes e estamos entrando em um novo território", disse
Marcel Kasumovich, diretor para
estratégia de câmbio da corretora
Merrill Lynch.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Opinião econômica: Política industrial em compasso de espera Próximo Texto: Panorâmica - Vizinho em crise: Instabilidade do Brasil preocupa, diz Lavagna Índice
|