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Justiça susta assembléia para venda da Ipiranga
Liminar adia incorporação do grupo à holding Ultrapar
ELVIRA LOBATO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Dezenove fundos de investimento obtiveram, ontem, na
Justiça de São Paulo, liminar
que suspende a realização das
assembléias de acionistas do
grupo Ipiranga, marcadas para
18 de dezembro, para votar a incorporação das ações da refinaria e das duas distribuidoras
Ipiranga à holding Ultrapar.
A incorporação das ações seria a última etapa da compra do
grupo por Petrobras, Braskem
e Ultra, antes da partilha dos
ativos (refinaria e postos de
combustíveis) entre os compradores. A suspensão não
anula a venda da Ipiranga,
anunciada em março, mas atrasa o processo e pode encarecer
a operação. Os investidores
querem que haja oferta pública
para compra das ações das três
empresas do grupo Ipiranga
em poder dos minoritários.
Os compradores propuseram
trocá-las por papéis da Ultrapar. Os fundos contestam a
proposta com o argumento de
que o rateio dos bens da Ipiranga -entre Petrobras, Braskem
e Ultra- equivalerá ao fechamento de capital da Ipiranga, o
que, pela lei, exigiria oferta pública de compra de ações.
Pela proposta, os acionistas
das duas distribuidoras -DPPI
e CBPI- e da refinaria receberão 0,64, 0,42 e 0,80 ação para
cada papel da Ultrapar, respectivamente. O que os minoritários contestam não é a venda da
Ipiranga, mas o modelo adotado. Acreditam que com a oferta
pública podem conseguir um
preço melhor para seus papéis.
O controle acionário do grupo Ipiranga foi vendido por R$
4 bilhões. A Petrobras pagou R$
1,3 bilhão pela rede de distribuição no Norte, Nordeste e
Centro-Oeste e 40% dos ativos
petroquímicos. A Braskem pagou R$ 1,1 bilhão e ficará com os
outros 60% dos ativos. O grupo
Ultra, por seu turno, propôs pagar R$ 1,6 bilhão pela rede de
postos de distribuição de combustível do Sul e Sudeste, pagando com permuta de ações, o
que depende da aceitação requer a adesão dos minoritários.
Apesar fechado o negócio, as
empresas do grupo Ipiranga
continuam a operar de modo
independente e não foram ainda absorvidas pelos compradores. Os fundos de investimento
que entraram com a ação detêm 9,89% do total de ações da
RPI (Refinaria de Petróleo Ipiranga), 7,55% da CBPI (Companhia Brasileira de Petróleo
Ipiranga) e 0,68% do capital da
DPPI (Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga), que
seriam incorporadas à Ultrapar
na assembléia.
O grupo Ultra, principal afetado, diz que recorrerá da decisão ainda hoje.
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