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País tem alta taxa de fechamento de empresas
Segundo pesquisa do IBGE, abertura de negócios avança ano a ano, mas saída do mercado também é elevada
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
De 2000 a 2006, o número de
empresas registradas no Brasil
aumentou, em média, 232,8 mil
por ano, passando de 3,7 milhões para 5,1 milhões. O maior
incremento ocorreu no ano de
2001, com 499 mil unidades, e o
menor, em 2006, com apenas
46,4 mil. Os dados constam do
estudo "Demografia de Empresas 2006".
Segundo a pesquisa, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), em média 726,6 mil
empresas abriram as portas a
cada 12 meses, enquanto 493,8
mil fecharam. Isso representa
uma taxa média de entrada no
mercado de 16,9%, contra uma
taxa de saída de 11,2%.
Na comparação com dados
da OCDE (Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), o IBGE verificou que os resultados brasileiros, nos dois casos, são bem
mais elevados do que os verificados em muitos países desenvolvidos. Na Austrália, por
exemplo, essas mesmas taxas
de entrada e saída são de 11,2%
e 4,1%, respectivamente. Já na
Suécia, de 11,7% e 5%.
"Isso mostra que não falta
empreendedorismo no país,
porque as taxas de entrada de
empresas [no mercado] são altas, superiores às verificadas
em muitos países. O problema
é que as taxas de saída são muito mais elevadas [do que as de
outros lugares]", diz a economista Denise Freire, da gerência do cadastro central de empresas do IBGE.
Ela aponta a dificuldade de
acesso ao crédito, a falta de capacitação e o parco conhecimento do mercado como os
principais fatores que levam ao
fechamento de empresas no
país. "O ponto chave é desenvolver políticas públicas para
fazer com que essas empresas
consigam se manter em atividade", defende.
Mercado de trabalho
Freire destaca ainda que as
novas unidades - em 90% dos
casos microempresas, com até
nove funcionários - têm uma
importância fundamental para
o mercado formal de trabalho.
Em 2006, cerca de metade dos
assalariados estavam empregados em unidades com até cinco
anos de existência. O salário
pago pelos novos negócios, porém, era de 1,2 salário mínimo
(R$ 403), contra média de 2,3
salários mínimos (R$ 787) nos
que foram extintos.
O comércio, que abriga o
maior número de unidades
(53,4% do total), foi o que apresentou fluxo mais forte de entrada e saída de empresas. Já o
setor que apresentou menos
volatilidade foi a indústria, que
normalmente exige níveis mais
elevados de investimento e conhecimento tecnológico.
Em relação às diferentes regiões do país, as maiores taxas
de entrada e saída de empresas
no mercado foram verificadas
no Norte (24,5% e 17%, respectivamente), seguido pelo Centro-Oeste (23,7% e 16,7%). Já o
Sul (20,7% e 15,1%) e o Sudeste
(18,7% e 14,6%) apresentaram
as menores taxas registradas.
Assim, aumentou a participação relativa das duas primeiras
regiões no número de empresas e de assalariados do país.
Mesmo assim, o Sudeste ainda
concentra mais de 50% do total
nacional.
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