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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Construção quer fim de burocracia para novo impulso
A construção civil teve um
forte estímulo neste ano, devido a iniciativas do governo em
meio à crise, como a redução do
IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) para material
de construção e o lançamento
do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida".
Para que esse bom momento
vivido pelo setor tenha continuidade, os empresários do ramo querem agora um novo impulso. O caminho, dizem, é a
desburocratização de procedimentos em órgãos públicos, em
bancos que concedem financiamentos e cartórios.
"Diversos processos podem
ser agilizados e simplificados, o
que daria à construção civil
mais eficiência", diz João Crestana, presidente do Secovi-SP
(sindicato das empresas de comercialização de imóveis).
A entidade quer a unificação
dos sistemas informatizados
dos cartórios de registros de
imóveis e a aprovação da lei que
exige o registro, em matrícula,
de todo evento que possa ter
implicações sobre o imóvel, como ações judiciais que não sejam de execução.
No caso da cidade de São
Paulo, os empresários pedem
até que seja feita uma reavaliação do Plano Diretor, que restringe a construção em determinadas áreas.
"Isso ajudaria a aliviar um
pouco da pressão de demanda
pelos imóveis, que tem levado a
grandes aumentos de preços",
afirma Crestana.
Estima-se que, no município,
exista hoje um déficit de 1,5 milhão de moradias.
De olho no reaquecimento
do setor habitacional e nos benefícios recebidos, fabricantes
de móveis e eletrodomésticos
já se mobilizaram.
Amanhã, em reunião na
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o
presidente da entidade, Paulo
Skaf, entregará à ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, uma
proposta para que os mutuários do "Minha Casa, Minha Vida" possam obter um adicional
de 10% do seu empréstimo habitacional para equipar a residência nova.
Na ocasião, a Caixa Econômica Federal já assinará um convênio para financiar a decoração e os eletrodomésticos dos
imóveis adquiridos.
Diversos processos podem ser simplificados, o que
daria à construção mais eficiência
JOÃO CRESTANA
presidente do Secovi-SP (sindicato das empresas de comercialização de imóveis)
NO CLIMA
Mais de cem de pessoas,
entre representantes de ministérios, executivos e sindicatos, participaram na sexta-feira, no Palácio do Itamaraty, da última reunião no
Brasil, antes da conferência
climática em Copenhague.
Há uma lista de cerca de
600 inscritos para ir à Dinamarca daqui a sete dias.
A delegação do Brasil será
uma das maiores na conferência, mas o número deve
cair. Até porque hotéis da cidade e das redondezas já estão lotados. Muita gente tem
feito reservas até na Suécia.
Só uma entidade da indústria vai com 80 pessoas.
DOCE RESISTÊNCIA
Os Balbo são das últimas famílias de origem italiana a resistir em suas terras de cultivo
de cana, na região de Ribeirão
Preto. Em meio à forte consolidação no setor- a emblemática
venda da usina Santelisa, dos
Biagi, é o exemplo mais recente- os Balbo se sentem confortáveis com a doce arma que têm
para se conservar na região, onde estão desde 1893.
Há 13 anos, partiram para a
produção do açúcar orgânico,
hoje exportado para 64 países,
e não se encantaram com as
promessas do etanol.
"Anos atrás, não sabíamos o
que é orgânico. Mas a família já
tinha um histórico de inovação,
o que é raro no setor", diz Leontino Balbo Júnior, cujos tios
criaram equipamentos para colheitas. Começaram a produzir
o açúcar Native sem aditivos
químicos porque queriam ter
um produto diferenciado.
Com a palha rotativa, eliminou-se o uso de inseticidas, assim como foi abolida a queima
na hora da colheita praticada
convencionalmente e que acaba por esterilizar o solo.
O faturamento da empresa,
de cerca de R$ 400 milhões, deve crescer 15% neste ano, ante
2008, com a produção de açúcar, orgânico ou não, e álcool.
"A cana não esgota a terra. Se
for cultivada adequadamente,
ela melhora o solo. A produtividade é maior do que na agricultura convencional", diz Balbo.
PULO DE GERAÇÃO
Enquanto aguarda a aprovação da segunda geração de soja
pela CTNBio, órgão responsável pela análise da biossegurança dos transgênicos, a Monsanto deve contratar mais profissionais para trabalhar em pesquisa e desenvolvimento.
Trata-se de um tipo de soja
resistente a insetos, em que a
própria planta, quando cresce,
leva em sua composição uma
substância para matar o inseto
que poderia destruí-la, evitando, assim, o uso de inseticidas.
A meta, segundo André Dias,
presidente da empresa no país,
é ampliar os investimentos para "pular gerações" e fazer com
que dentro de três anos o Brasil
se equipare aos EUA no desenvolvimento da biotecnologia.
Só neste ano a empresa conseguiu aprovação para lançar
no país um produto que já existe há 12 anos nos EUA. "Estamos recuperando o atraso."
Melhoramentos convencionais praticados hoje geram adicional de 1 ponto percentual de
produtividade ao ano. A soja resistente a insetos deve adicionar 10 pontos, segundo Dias,
que rebate criticas de ambientalistas e defende que só a biotecnologia pode ganhar em escala e produzir a baixo custo.
"Quando a população mundial crescer 50%, teremos que
dobrar a produtividade de alimentos. E a biotecnologia é a
saída. A agricultura de orgânicos não consegue isso."
ESTE OBSCURO
OBJETO
DO DESEJO
Luxo não é supérfluo, é relevante. Esta é a opinião de 64%
dos entrevistados em pesquisa realizada pela Case Consultores em outubro com mais de 32 mil profissionais de São
Paulo, Rio e Brasília. Homens e mulheres têm percepções diferentes. "As mulheres possuem um olhar mais receptivo
aos aspectos que envolvem o luxo", afirma Mayra Rocha,
executiva da Case. Cerca de 30% das mulheres afirmam que
o luxo é composto por experiências que suprem os desejos
delas. Elegância, para 64% dos homens, está relacionada a
atitude e comportamento.
com JOANA CUNHA e DENYSE GODOY
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