São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2000

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MERCADO DE TRABALHO

Taxa de novembro foi de 6,2%, contra 4,8% em dezembro de 97, diz o IBGE; média anual é de 7,3%

Desemprego no país é o menor em três anos

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de desemprego medida pelo IBGE ficou em 6,2% em novembro -a menor nos últimos três anos. O menor índice anterior havia sido de 4,8%, em dezembro de 1997. A taxa média de janeiro a novembro deste ano está em 7,3%, contra 7,7% no mesmo período do ano passado.
"Podemos afirmar que os índices do mercado de trabalho de 2000 serão melhores que os de 1998 e de 1999", disse Shyrlene Ramos de Souza, consultora econômica do Departamento de Emprego e Rendimento do IBGE.
Ela considerou "uma questão conjuntural", que não afetaria a tendência geral, o fato de a queda da taxa em novembro ter ocorrido mais por saída de pessoas do mercado de trabalho do que pelo aumento do número de empregados.
De outubro para novembro, o número de pessoas ocupadas nas seis regiões metropolitanas que fazem parte da pesquisa do IBGE -Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife- sofreu redução de 31.417 pessoas, passando de 17.351.094 para 17.319.677.
Ao mesmo tempo, o número de pessoas em idade de trabalhar que não estão trabalhando e nem procurando emprego aumentou em 206.407 pessoas, passando de 13.299.283 para 13.505.690 (mais 1,6%).
Como desempregado para a pesquisa do IBGE é aquele que não está trabalhando, mas que procurou emprego na semana da pesquisa, o aumento dos que deixaram de procurar trabalho fez com que o número de desempregados se reduzisse de outubro para novembro em 118.063 pessoas (de 1.252.628 para 1.133.565), provocando a queda da taxa de desemprego.

Efeito eleições
De acordo com a técnica do IBGE, um dos principais motivos para a redução da população ocupada de outubro para novembro foi o fim do período eleitoral (o segundo turno das eleições municipais terminou em 25 de outubro).
Na avaliação de Shyrlene de Souza, pelo menos parte das pessoas que estavam trabalhando nas eleições não procurou trabalho no mês seguinte, provocando o aumento da população desocupada.
A pesquisa do IBGE mostrou que a maior taxa de desemprego entre as seis regiões foi a de Salvador (9,2%), exatamente igual à do mês anterior, quando a capital baiana já liderava os números do desemprego.
O Rio de Janeiro ficou com a menor taxa de novembro (4,4%), repetindo a posição que já tinha em outubro, só que com uma taxa de 4,7%. Em São Paulo, a taxa de novembro ficou igual à nacional (6,2), com redução de um ponto percentual em relação aos 7,2% de outubro.

Emprego formal cresce
A pesquisa de emprego mensal do IBGE de novembro mostrou que pelo oitavo mês consecutivo (desde abril) não houve queda no número de trabalhadores com carteira assinada.
O crescimento de 0,9% em novembro foi o terceiro indicador positivo seguido. Na comparação com janeiro, o emprego formal acumula crescimento de 4,6% até novembro.


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