São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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PECUÁRIA

País alega suspeita de caso de aftosa brasileiro, dizem jornais locais

Austrália suspende carne do Brasil

DA REDAÇÃO

O governo australiano suspendeu a importação de carne bovina brasileira na sexta-feira, em resposta à suspeita de casos de aftosa em Mato Grosso do Sul, segundo jornais australianos.
O Ministério da Agricultura brasileiro disse que não foi notificado da decisão daquele país.
A Austrália bloqueou um carregamento-teste de 450 kg de carne brasileira neste fim de semana. Segundo o Ministério da Agricultura australiano, todas as licenças de importação de carne bovina foram canceladas e os acordos com o Brasil serão revistos.
O ministro da Agricultura australiano, Warren Truss, disse que, quando a situação no Brasil ficar clara, a Austrália enviará especialistas ao Brasil para inspecionar a produção de carne bovina.
A Austrália é considerada um dos poucos países no mundo que erradicaram a aftosa.
Segundo Tom Maguire, do Conselho de Indústria da Carne australiano, o país não correrá riscos até que esteja convencido de que o Brasil está livre da aftosa.

Medo do Brasil
Para Antonio Camardelli, diretor-executivo da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), a Austrália, como participante da OMC (Organização Mundial do Comércio) e da OIE (Organização Internacional de Epizootias), não deveria tomar tal atitude, caso realmente o tenha feito, antes das análises finais sobre o caso no Brasil.
Os australianos querem, na verdade, criar um celeuma, já que o Brasil assumiu a posição de líder mundial de exportações e começa a colocar carne na própria Austrália, diz Camardelli. O executivo da Abiec cita os dados da Secex que mostram que neste ano as vendas de carne bovina para a Austrália já somam 40,1 mil quilos. Esse mercado não existia para o país nos anos anteriores.
Os australianos, até o ano passado líderes nas exportações mundiais, estão assustados com preços competitivos, qualidade e regularidade das exportações brasileiras, diz Camardelli. Os custos de produção no Brasil são de US$ 0,90 a US$ 1,00 por quilo, bem abaixo dos na Austrália, diz ele.

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