São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

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AVIAÇÃO

Empresa deverá operar linhas domésticas no Peru

Ocean Air se associa a peruanos para criar nova companhia aérea

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A companhia aérea regional brasileira Ocean Air anunciou ontem uma associação com o grupo peruano Koechlin para a criação de uma empresa que operará linhas domésticas no Peru.
Batizada de Wayra Peru (ar em quechua, idioma do povo nativo do Peru), a companhia iniciará suas atividades em março ligando 12 cidades peruanas e recebeu US$ 7 milhões de investimento inicial.
Dono da Marítima Petróleo -que enfrenta disputa judicial internacional com a Petrobras por atrasos na construção de plataformas- e da Ocean Air, o empresário German Efromovich terá 49% da nova empresa. Já o peruano Pedro Koechlin ficará com os outros 51%, atendendo às exigências do governo do Peru, que impede o controle de companhias aéreas por estrangeiros.
De acordo com Efromovich, a idéia é expandir as operações da Wayra já em meados de 2005, iniciando vôos para o Rio e São Paulo. Também estão nos planos voar para Equador e Colômbia.
Inicialmente, a empresa terá uma frota de cinco Fokker-100, contratados por meio de leasing. Há ainda a opção de receber em 2005 mais duas aeronaves desse modelo.
Neste ano, Efromovich comprou a colombiana Avianca, que estava em concordata. A companhia voa para 15 destinos internacionais e fatura cerca de US$ 700 milhões ao ano. Com a aquisição, o setor aéreo passou a representar 50% do faturamento do grupo, que atua também nas áreas de serviços para a indústria do petróleo, indústria naval e exploração e produção de óleo.
A Ocean Air é apontada como provável acionista da Nova Varig, empresa cuja criação está sendo articulada pelo governo para assumir os ativos da Varig. Indagado, porém, sobre o assunto, Efromovich desconversou: "Eu não conheço a Nova Varig".
Efromovich anunciou ainda um investimento de US$ 700 milhões para a construção de um oleoduto de 250 km na Colômbia, onde o grupo explora petróleo. O duto permitirá subir a produção de 7.000 barris/dia para 80 mil a 100 mil barris/dia em três anos. "A capacidade de produção já existe. Só não temos como escoá-la."
Proprietário de 80% do estaleiro Eisa, Efromovich aproveitou para criticar o edital de licitação da Transpetro (subsidiária da Petrobras), que encomendará 42 petroleiros, num projeto que soma US$ 1,9 bilhão. "Se o edital ficar do jeito que está, o Eisa vai fechar as portas", disse. Ele afirmou que o edital favorece os chamados "estaleiros virtuais", empreiteiras que ainda não têm base para a construção dos navios.
Procurada, a Transpetro informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o edital não "prejudica nem beneficia nenhuma empresa em particular". "O objetivo é pré-qualificar empresas com condições técnicas e financiarias para construir navios com prazo, preço e qualidades internacionais no Brasil", informou.

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