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RETOMADA
Associação do setor estima total de US$ 764 mi em embarques ao exterior; números oficiais serão divulgados nesta semana
Exportações de plásticos aumentam 22% em 2004
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um processo inédito de "substituição de exportação" deve expandir em 22% as vendas externas da indústria do plástico em
2004. O setor está na ponta da cadeia produtiva petroquímica
-são as chamadas empresas da
terceira geração da cadeia- e historicamente sempre dependeu da
demanda interna.
Segundo estimativa da Abiplast
(Associação Brasileira da Indústria do Plástico), os embarques
devem ter totalizado US$ 764 milhões. Os números oficiais serão
divulgados nesta semana. "Nunca
houve um crescimento dessa proporção nas nossas exportações",
afirma Francisco Salazar, responsável pela área de comércio exterior da Abiplast.
O que está permitindo a internacionalização de pequenos fabricantes de sacolas plásticas, filmes de polietileno, embalagens,
utilidades domésticas, autopeças
e outros itens é a concentração de
esforços de toda a cadeia petroquímica para reduzir a dependência dos transformadores plásticos
do mercado interno.
Da Petrobras aos fabricantes de
nafta (primeira geração petroquímica) e resinas (segunda geração)
há um esforço no sentido de ajudar a abrir mercado para os manufaturados plásticos no exterior.
"Antes a Braskem exportava resinas para a China, que fabricava
brinquedos e vendia para os EUA
e até para o Brasil", diz Alexandrino de Alencar, vice-presidente da
empresa. "Agora, o esforço é para
aumentar a exportação de produtos de maior valor agregado",
acrescenta.
Para se ter idéia do ganho, o valor agregado à sacola plástica que
é exportada por uma pequena
empresa do Paraná, a Arauplast,
por exemplo, é dez vezes maior
do que o dos produtos petroquímicos das empresas da primeira
geração da cadeia (que transforma a nafta e o gás natural em eteno, butano, benzeno, propeno,
etileno e outros gases).
No ano passado, a Arauplast exportou 30% da sua produção
-em 2003 esse percentual fora de
20%, segundo Celso Gusso, proprietário da empresa. Com 180
trabalhadores, a indústria localizada em Curitiba está investindo
em modernização da produção
para entrar no mercado europeu.
Ela é uma das cem participantes
do Export Plastic, programa de
incremento à exportação, lançado
no ano passado, numa parceria
do Instituto Nacional do Plástico
com a Apex (Agência de Promoções de Exportações do Brasil) e
que tem o apoio da Abiplast e da
Abiquim (Associação Brasileira
da Indústria Química).
Além de gerar mais dólares exportando produtos acabados em
vez de resina, a internacionalização das empresas da terceira geração petroquímica ajuda a reduzir
a ociosidade do setor e empurra
toda a cadeia produtiva para a
frente, segundo Wagner Delarovera Pinto, gerente executivo do
Export Plastic.
Empurrão
O programa começou a ser desenhado em 2002 quando a indústria de transformação plástica
amargava uma ociosidade de
32%. A ponta da cadeia produtiva
havia emperrado na recessão interna enquanto seus fornecedores, a segunda geração petroquímica, investia para ampliar sua
produção.
O risco era a terceira geração
não conseguir absorver o aumento de produção que viria com a
entrada em operação da Rio Polímeros (540 mil toneladas/ano de
polietileno) e a expansão da Poli
Brasil (mais 100 mil toneladas/ano) e da Braskem, em Paulínea,
(300 mil toneladas/ano).
Com o crescimento da economia, em 2004, esse fantasma foi
afastado. "Se o PIB [Produto Interno Bruto] cresce 5%, o consumo de plástico cresce duas a três
vezes essa expansão", diz Delarovera. Mesmo assim, o setor não
quer depender do mercado local.
"Queremos dar saltos e fortalecer
a cadeia produtiva", diz.
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