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STJ diz que família de Edemar deve deixar casa
Decisão não é definitiva; residência viraria museu
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-banqueiro Edemar Cid
Ferreira sofreu mais uma derrota judicial. O presidente em
exercício do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro
Francisco Peçanha Martins,
decidiu que a família do antigo
controlador do Banco Santos
perdeu o direito de permanecer
na casa em que mora, no Morumbi (zona sul de São Paulo).
Na sentença em que condenou Edemar a 21 anos de prisão, o juiz federal Fausto Martin de Sanctis diz que a casa foi
construída com dinheiro desviado do banco e decidiu que o
imóvel deve ser convertido numa espécie de museu, a ser gerido pela Secretaria Estadual de Cultura. Na sentença, o juiz
estabelecia o prazo de 40 dias
para a desocupação do imóvel.
A casa do ex-banqueiro foi
projetada por Ruy Ohtake e
custou R$ 142,7 milhões, valor
que a colocaria entre as cinco
mais caras do mundo, segundo
lista da revista norte-americana "Forbes".
O Banco Santos teve sua falência decretada em setembro
de 2005 e deixou um rombo de
R$ 2,24 bilhões.
A decisão do ministro Martins é o resultado de uma reclamação da mulher de Edemar,
Márcia Cid Ferreira, de que o
juiz havia descumprido uma
decisão do próprio STJ ao incluir a desocupação da casa na
sentença. Martin de Sanctis já
havia tomado decisão similar,
depois revogada pelo STJ.
Segundo o ministro, mudaram as condições que existiam
na época em que o STJ decidiu
que não havia razões para a casa ser desocupada -naquele
momento, Márcia não era ré no
processo. Em maio do ano passado, ela foi incluída na ação e
acabou condenada a cinco anos
e quatro meses de prisão.
Márcia entrou com o pedido
de liminar porque aparece como sócia na empresa que controla a casa, chamada Atalanta.
Ao todo, ela emprestava o nome para nove empresas usadas
pelo marido para desviar recursos do banco.
O ministro Martins diz em
seu despacho que o juiz federal
não descumpriu a medida cautelar que permitia que a família
Cid Ferreira continuasse na casa porque a situação judicial da
mulher do ex-banqueiro mudara com a condenação.
A decisão do ministro não
tem aplicação automática, segundo assessores do STJ e de
advogados de Edemar. Ela depende de um outro julgamento
do STJ, que deve ocorrer no
próximo mês, sobre quem tem
competência para decidir o que
fazer com a casa -a Justiça federal ou o juiz da vara de falências. Uma liminar de 19 de dezembro último decidiu a favor
do juiz de falências.
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