São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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ENERGIA

Negociações estão paradas

Relações com a Bolívia preocupam Petrobras

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem estar "preocupado" com a falta de "diálogo" e a interrupção das negociações com o governo boliviano sobre os investimentos da companhia e o futuro dos ativos da estatal brasileira naquele país.
Gabrielli disse que atualmente as "negociações estão paralisadas", o que impede que a companhia realize investimentos programados na Bolívia -a estatal brasileira possui uma das maiores reservas de gás do país e das duas principais refinarias bolivianas, ameaçadas de reestatização.
O presidente da Petrobras negou, porém, que tenha dito que os investimentos no país vizinho estão "congelados" ou "interrompidos", como informou a agência de notícias espanhola EFE em despacho distribuído ontem. Em nenhum momento, Gabrielli admite que a companhia deixe de operar na Bolívia.
O presidente da Petrobras disse que a companhia "tem investimentos a serem feitos" e, por isso, está "preocupado" com declarações de autoridades bolivianas publicadas em jornais que falam em ruptura nas negociações.
É preciso, segundo ele, manter "um canal de diálogo" constante com o governo boliviano para chegar a uma solução, o que não está acontecendo atualmente. Decisões "unilaterais", diz Gabrielli, não solucionam a questão.
Na Bolívia desde 1996, a Petrobras é a maior empresa instalada, respondendo por cerca de 20% do PIB do país vizinho. A estatal brasileira possui cerca de 10% das reservas de gás daquele país -são 64 bilhões de metros cúbicos, de uma reserva total estimada em 680 bilhões de metros cúbicos.
Pelo acordo firmado com o país na época, a Petrobras pagaria pela importação de 24 milhões de metros cúbicos (mesmo que não utilizasse a totalidade do volume), transportados por meio do gasoduto Bolívia-Brasil.


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