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ENERGIA
Negociações estão paradas
Relações com a Bolívia preocupam Petrobras
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Petrobras, José
Sérgio Gabrielli, disse ontem estar
"preocupado" com a falta de "diálogo" e a interrupção das negociações com o governo boliviano sobre os investimentos da companhia e o futuro dos ativos da estatal brasileira naquele país.
Gabrielli disse que atualmente
as "negociações estão paralisadas", o que impede que a companhia realize investimentos programados na Bolívia -a estatal
brasileira possui uma das maiores
reservas de gás do país e das duas
principais refinarias bolivianas,
ameaçadas de reestatização.
O presidente da Petrobras negou, porém, que tenha dito que os
investimentos no país vizinho estão "congelados" ou "interrompidos", como informou a agência
de notícias espanhola EFE em
despacho distribuído ontem. Em
nenhum momento, Gabrielli admite que a companhia deixe de
operar na Bolívia.
O presidente da Petrobras disse
que a companhia "tem investimentos a serem feitos" e, por isso,
está "preocupado" com declarações de autoridades bolivianas
publicadas em jornais que falam
em ruptura nas negociações.
É preciso, segundo ele, manter
"um canal de diálogo" constante
com o governo boliviano para
chegar a uma solução, o que não
está acontecendo atualmente. Decisões "unilaterais", diz Gabrielli,
não solucionam a questão.
Na Bolívia desde 1996, a Petrobras é a maior empresa instalada,
respondendo por cerca de 20% do
PIB do país vizinho. A estatal brasileira possui cerca de 10% das reservas de gás daquele país -são
64 bilhões de metros cúbicos, de
uma reserva total estimada em
680 bilhões de metros cúbicos.
Pelo acordo firmado com o país
na época, a Petrobras pagaria pela
importação de 24 milhões de metros cúbicos (mesmo que não utilizasse a totalidade do volume),
transportados por meio do gasoduto Bolívia-Brasil.
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