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ARGENTINA
Justiça busca provas de suborno em contrato Aerolíneas-Embraer
DE BUENOS AIRES
A Justiça argentina realizou ontem uma diligência na
sede da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas
em busca de provas de um
suposto pagamento de suborno na operação de compra de 20 aviões E-190 fabricados pela Embraer.
A suspeita de superfaturamento no contrato -de US$
700 milhões (R$ 1,2 bilhão) e
que conta com financiamento do BNDES- foi revelada
em setembro pelo diário argentino "La Nación".
A perícia de ontem foi determinada por um juiz federal, a partir de uma denúncia
anônima enviada a ele e ao
jornal, apontando um assistente do ex-secretário de
Transportes do governo
Cristina Kirchner, Ricardo
Jaime, como negociador do
suborno. Jaime deixou o cargo em julho passado, acuado
por acusações de corrupção.
O atual secretário de
Transporte argentino, Juan
Pablo Schiavi, negou enfaticamente a existência de irregularidades no contrato da
Aerolíneas e sua subsidiária
Austral com a Embraer.
Schiavi afirmou que, "numa operação entre [dois]
países, seria impensável algum tipo de manobra dolosa
como a que se descreve". O
secretário disse que os aviões
foram adquiridos por "seu
preço de mercado".
No Brasil, a Embraer soltou nota em que "refuta veementemente especulações
sobre superfaturamento ou
quaisquer irregularidades no
processo de venda de aeronaves para a Austral".
Quando se instalou a polêmica, a Aerolíneas Argentinas informou que "o valor de
compra unitário é de US$
30,5 milhões. A esse valor somam-se US$ 4,4 milhões referentes a [itens] opcionais".
(SILVANA ARANTES)
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