São Paulo, terça-feira, 30 de março de 2010

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EUA venderão ações do Citi neste ano

Após a injeção de recursos no banco durante o auge da crise global, governo vai zerar sua participação e obter lucro

Citi recebeu socorro de US$ 45 bi; se os papéis fossem vendidos ao preço corrente, governo teria lucro de cerca de US$ 7,5 bi


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O governo dos Estados Unidos afirmou ontem que as ações do Citigroup que estão em seu poder serão vendidas ao longo deste ano, em mais um passo para reduzir sua influência sobre o setor financeiro.
Em meio à crise global, o Tesouro norte-americano adquiriu participação de 27% no Citi, como parte do pacote de salvamento dos bancos.
O governo comprou 7,7 bilhões de ações da instituição a preço unitário de US$ 3,25. Agora, se vendidos a valores correntes -US$ 4,18 no fechamento de ontem-, o Tesouro realizará um lucro de aproximadamente US$ 7,5 bilhões.
De acordo com o Tesouro, o momento e a quantidade de ações que serão colocadas à venda dependerão das condições de mercado. Ontem, as ações do Citi fecharam com queda de 3,02%.
O governo dos EUA está agora procurando recuperar os investimentos feitos na crise no âmbito do Tarp, o programa de ajuda ao setor financeiro, implementado durante sua fase mais aguda.
Ao todo, o Citigroup, uma das instituições financeiras mais atingidas, recebeu US$ 45 bilhões. Mas US$ 20 bilhões já foram restituídos ao Tesouro em dezembro passado. O governo também recebeu US$ 3 bilhões em dividendos e prêmio de US$ 5,3 bilhões.
Mesmo depois da operação de venda, o governo dos EUA terá direito de readquirir papéis do banco Citi no futuro.

Bom negócio
Depois de um ano e meio que o Congresso americano aprovou o programa de salvamento de bancos e empresas, algumas companhias, como as montadoras General Motors e Chrysler e a seguradora AIG, ainda não deram sinais de voltar a ter lucro.
Mas o retorno dos investimentos no setor bancário ajudará a compensar as perdas. Com a vendas das ações do Citi, as oito maiores instituições financeiras que receberam ajuda governamental terão restituído integralmente o governo.
"No fim, o Tarp terá seu custo para os contribuintes. Mas a parte bancária do programa acabará se tornando um bom negócio", disse o analista Bert Ely. "Quando você separa a emoção, percebe que a política do governo foi boa."
O presidente do Citigroup, Vikram Pandit, disse neste mês que o banco tem "enorme dever de gratidão" para com os contribuintes americanos e acrescentou que a companhia está fazendo todo o possível para assegurar que não precisará mais de ajuda governamental.
Apesar da recuperação do Citi e outros bancos, a previsão de analistas e mesmo do Tesouro é que o pacote de socorro implementado durante a crise global acabará custando aos contribuintes ao menos US$ 100 bilhões.

Com agências internacionais



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