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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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MARCHA LENTA

INA registra queda de 4,6% em março em relação a fevereiro, é o pior desempenho desde maio de 2002

Atividade industrial patina em São Paulo

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A atividade industrial paulista está em baixa. O INA (Indicador do Nível de Atividade) divulgado ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostra que em março houve queda de 4,6% em relação ao mês anterior. Esse é o pior desempenho desde maio de 2002.
Os resultados negativos de três setores-chave -automobilístico, químico e metalúrgico- são apontados como os principais fatores para a retração do INA.
"A indústria automobilística teve um mês de março muito ruim. Segundo a Anfavea [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores], mesmo com as paralisações para fazer ajustes produtivos, o nível do estoque de veículos foi recorde e ficou em 144 mil", afirmou Clarice Messer, diretora da Fiesp.
A queda do setor foi de 22,4% em relação a fevereiro. Apesar disso, Clarice acredita que há espaço para a recuperação ao longo do ano, já que as exportações -sobretudo com a retomada do mercado argentino- devem crescer. "Não vemos as turbulências causadas por pressões salariais de sindicatos como um fator intransponível ou como algo que venha a afetar o desempenho da indústria", disse.
No caso do segmento químico, a principal causa para a queda de 2,9% foi a volatilidade da cotação do dólar antes do início da guerra EUA-Iraque. Já o metalúrgico foi tragado pela baixa atividade da construção civil.

"Câmbio não é tudo"
A recente valorização do real, que poderia ter reflexos positivos para a indústria, como o barateamento de insumos importados, ainda não foi suficiente para animar o setor.
"Não há o sentimento de que esse câmbio abaixo de R$ 3 tenha vindo para ficar. O próprio Banco Central afirma que o câmbio não é meta", avalia Clarice.
O ceticismo com o câmbio faz com que a Fiesp não reveja as previsões de crescimento para este ano, que são mantidas no patamar de 1,5%.
Para a entidade, uma valorização excessiva é uma armadilha para muitos setores que se valem das exportações para gerar receita. "Nossa força depende das exportações. O mercado interno está muito combalido", afirma a diretora da Fiesp.
Em recente pesquisa realizada pela Fiesp, empresários apontaram uma faixa cambial entre R$ 3,20 e R$ 3,40 como a ideal para o país.


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