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MARCHA LENTA
INA registra queda de 4,6% em março em relação a fevereiro, é o pior desempenho desde maio de 2002
Atividade industrial patina em São Paulo
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A atividade industrial paulista
está em baixa. O INA (Indicador
do Nível de Atividade) divulgado
ontem pela Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) mostra que em março houve
queda de 4,6% em relação ao mês
anterior. Esse é o pior desempenho desde maio de 2002.
Os resultados negativos de três
setores-chave -automobilístico,
químico e metalúrgico- são
apontados como os principais fatores para a retração do INA.
"A indústria automobilística teve um mês de março muito ruim.
Segundo a Anfavea [Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores], mesmo com
as paralisações para fazer ajustes
produtivos, o nível do estoque de
veículos foi recorde e ficou em 144
mil", afirmou Clarice Messer, diretora da Fiesp.
A queda do setor foi de 22,4%
em relação a fevereiro. Apesar
disso, Clarice acredita que há espaço para a recuperação ao longo
do ano, já que as exportações
-sobretudo com a retomada do
mercado argentino- devem
crescer. "Não vemos as turbulências causadas por pressões salariais de sindicatos como um fator
intransponível ou como algo que
venha a afetar o desempenho da
indústria", disse.
No caso do segmento químico,
a principal causa para a queda de
2,9% foi a volatilidade da cotação
do dólar antes do início da guerra
EUA-Iraque. Já o metalúrgico foi
tragado pela baixa atividade da
construção civil.
"Câmbio não é tudo"
A recente valorização do real,
que poderia ter reflexos positivos
para a indústria, como o barateamento de insumos importados,
ainda não foi suficiente para animar o setor.
"Não há o sentimento de que esse câmbio abaixo de R$ 3 tenha
vindo para ficar. O próprio Banco
Central afirma que o câmbio não
é meta", avalia Clarice.
O ceticismo com o câmbio faz
com que a Fiesp não reveja as previsões de crescimento para este
ano, que são mantidas no patamar de 1,5%.
Para a entidade, uma valorização excessiva é uma armadilha
para muitos setores que se valem
das exportações para gerar receita. "Nossa força depende das exportações. O mercado interno está muito combalido", afirma a diretora da Fiesp.
Em recente pesquisa realizada
pela Fiesp, empresários apontaram uma faixa cambial entre R$
3,20 e R$ 3,40 como a ideal para o
país.
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