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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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IMPASSE

Negociação por setor é interrompida; empresa e Sindicato dos Metalúrgicos de São José voltam a se reunir hoje

Sem acordo, metalúrgicos suspendem greve na GM

CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES

DA REPORTAGEM LOCAL

Os metalúrgicos da GM (General Motors) e de sua subsidiária, a GM Powertrain, decidiram suspender a greve na unidade de São José dos Campos (SP) e retornar ao trabalho ontem, mesmo sem chegar a um acordo salarial com representantes do Sinfavea (sindicato das montadoras).
Diante do impasse nas negociações por setor, trabalhadores e empresários vão buscar acordos por empresa em reuniões previstas para ocorrer hoje.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (CUT) tem negociação marcada para as 10h com representantes da GM. Durante a reunião de anteontem, com a participação do secretário de Relações do Trabalho, Osvaldo Bargas, o sindicato retirou da pauta de reivindicações a exigência de gatilho salarial de 3% e propôs à empresa pagamento de abono de R$ 900 em uma parcela única, além da incorporação de 10,39% de reajuste em novembro (data-base da categoria).
A GM mantém a proposta negociada entre o Sinfavea e a Federação dos Metalúrgicos da CUT, que prevê o pagamento de abono de R$ 900 em duas parcelas. No ABC, cerca de mil metalúrgicos aprovaram esse acordo em assembléia feita ontem à noite.
"A greve foi suspensa porque temos negociação agendada com a empresa, mas pode ser retomada na próxima semana. Os trabalhadores vão continuar em estado de greve", afirmou Luiz Carlos Prates, presidente do sindicato. Ele informou que o setor de autopeças vai conceder reajuste de 7% e abono de R$ 250 para 1.140 operários que ganham até R$ 2.000.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas também vai buscar acordos por empresa com representantes da Honda e da Toyota, localizadas na região.
Com o fim da greve em São José, que durou oito dias, a fábrica da GM em Gravataí (RS) retoma sua produção hoje -1.300 Celta deixaram de ser produzidos desde a última quinta-feira. Por causa da paralisação, a GM gaúcha concedeu folga para seus 3.500 funcionários. Em São Caetano, a produção também foi retomada ontem. O vice-presidente da montadora, José Carlos Pinheiro Neto, afirmou que os prejuízos chegam a US$ 30 milhões.
A intervenção do governo nas negociações entre GM e metalúrgicos de São José foi criticada por sindicalistas. "O ministro do Trabalho pode intermediar as negociações, mas não pode impor nada. Se empresa e sindicato optarem por reajuste mensal, não estarão infringindo a lei", afirmou João Felício, presidente da CUT.
"Se houvesse acordo, a intermediação poderia ter sido positiva. Mas os trabalhadores encerraram a greve sem nada", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força), Eleno José Bezerra.

Autopeças
Os metalúrgicos da CUT aprovaram ontem a proposta do setor de autopeças: abono de R$ 650 para ser pago em duas parcelas.
Na Força Sindical, não houve acordo entre o Sindipeças (autopeças) e os metalúrgicos de São Paulo em audiência na Justiça do Trabalho. O setor ofereceu abono de 43% do salário até o teto de R$ 2.200 parcelado em três vezes. O sindicato informou que a maioria das autopeças já fechou acordo por empresa garantindo antecipação de 10% e que não é possível aceitar proposta inferior para os demais trabalhadores. Nova reunião ocorrerá no dia 8.

Químicos
Após os cerca de 9.000 operários do setor químico do Vale do Paraíba terem aprovado o estado de greve para toda a categoria, anteontem, quatro empresas marcaram reuniões para discutir a pauta da campanha salarial de emergência, que inclui reajuste de 12%. As negociações começam na próxima terça-feira.


Colaboraram a Folha Vale e a Agência Folha

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