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IMPASSE
Negociação por setor é interrompida; empresa e Sindicato dos Metalúrgicos de São José voltam a se reunir hoje
Sem acordo, metalúrgicos suspendem greve na GM
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metalúrgicos da GM (General Motors) e de sua subsidiária, a
GM Powertrain, decidiram suspender a greve na unidade de São
José dos Campos (SP) e retornar
ao trabalho ontem, mesmo sem
chegar a um acordo salarial com
representantes do Sinfavea (sindicato das montadoras).
Diante do impasse nas negociações por setor, trabalhadores e
empresários vão buscar acordos
por empresa em reuniões previstas para ocorrer hoje.
O Sindicato dos Metalúrgicos
de São José dos Campos (CUT)
tem negociação marcada para as
10h com representantes da GM.
Durante a reunião de anteontem,
com a participação do secretário
de Relações do Trabalho, Osvaldo
Bargas, o sindicato retirou da
pauta de reivindicações a exigência de gatilho salarial de 3% e propôs à empresa pagamento de abono de R$ 900 em uma parcela única, além da incorporação de
10,39% de reajuste em novembro
(data-base da categoria).
A GM mantém a proposta negociada entre o Sinfavea e a Federação dos Metalúrgicos da CUT,
que prevê o pagamento de abono
de R$ 900 em duas parcelas. No
ABC, cerca de mil metalúrgicos
aprovaram esse acordo em assembléia feita ontem à noite.
"A greve foi suspensa porque temos negociação agendada com a
empresa, mas pode ser retomada
na próxima semana. Os trabalhadores vão continuar em estado de
greve", afirmou Luiz Carlos Prates, presidente do sindicato. Ele
informou que o setor de autopeças vai conceder reajuste de 7% e
abono de R$ 250 para 1.140 operários que ganham até R$ 2.000.
O Sindicato dos Metalúrgicos
de Campinas também vai buscar
acordos por empresa com representantes da Honda e da Toyota,
localizadas na região.
Com o fim da greve em São José,
que durou oito dias, a fábrica da
GM em Gravataí (RS) retoma sua
produção hoje -1.300 Celta deixaram de ser produzidos desde a
última quinta-feira. Por causa da
paralisação, a GM gaúcha concedeu folga para seus 3.500 funcionários. Em São Caetano, a produção também foi retomada ontem.
O vice-presidente da montadora,
José Carlos Pinheiro Neto, afirmou que os prejuízos chegam a
US$ 30 milhões.
A intervenção do governo nas
negociações entre GM e metalúrgicos de São José foi criticada por
sindicalistas. "O ministro do Trabalho pode intermediar as negociações, mas não pode impor nada. Se empresa e sindicato optarem por reajuste mensal, não estarão infringindo a lei", afirmou
João Felício, presidente da CUT.
"Se houvesse acordo, a intermediação poderia ter sido positiva.
Mas os trabalhadores encerraram
a greve sem nada", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força), Eleno
José Bezerra.
Autopeças
Os metalúrgicos da CUT aprovaram ontem a proposta do setor
de autopeças: abono de R$ 650
para ser pago em duas parcelas.
Na Força Sindical, não houve
acordo entre o Sindipeças (autopeças) e os metalúrgicos de São
Paulo em audiência na Justiça do
Trabalho. O setor ofereceu abono
de 43% do salário até o teto de R$
2.200 parcelado em três vezes. O
sindicato informou que a maioria
das autopeças já fechou acordo
por empresa garantindo antecipação de 10% e que não é possível
aceitar proposta inferior para os
demais trabalhadores. Nova reunião ocorrerá no dia 8.
Químicos
Após os cerca de 9.000 operários
do setor químico do Vale do Paraíba terem aprovado o estado de
greve para toda a categoria, anteontem, quatro empresas marcaram reuniões para discutir a pauta da campanha salarial de emergência, que inclui reajuste de 12%.
As negociações começam na próxima terça-feira.
Colaboraram a Folha Vale e a Agência Folha
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