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O VÔO DA ÁGUIA
Fim do impasse sobre o Iraque restabelece otimismo dos consumidores, e índice registra alta de 20 pontos
Confiança nos EUA dá maior salto desde 91
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O índice que mede a confiança
dos consumidores americanos teve em abril seu maior crescimento em 12 anos.
O aumento, muito maior do
que o esperado por analistas, é
importante porque os gastos dos
consumidores equivalem a dois
terços da economia dos EUA. Assim, seu comportamento pode ser
decisivo para reativar a atividade
econômica no país, que cresce
menos do que precisa.
Em março, após quatro meses
consecutivos de queda, o índice
de confiança do consumidor estava em 61,4 pontos. No mês que
termina hoje, pulou para 81 pontos -esperava-se que o crescimento fosse a metade do que acabou ocorrendo, com o índice ficando ao redor dos 70 pontos.
A confiança do consumidor não
crescia tanto desde março de 1991,
quando, a exemplo de agora, os
EUA estavam no final de uma
guerra no Golfo Pérsico. Daquela
vez, o número foi um dos sinalizadores do final da recessão então
vivida pelos EUA.
Os números são apurados em
pesquisa feita em 5.000 domicílios
americanos pelo Conference
Board, instituição econômica sem
fins lucrativos baseada em Nova
York. O levantamento teve metade da apuração feita antes da tomada de Bagdá (no dia 9) e metade depois -a coleta de dados
acabou no dia 22.
"A solução rápida no Oriente
Médio ajudou a acabar com as
preocupações de curto prazo dos
consumidores", diz Lynn Franco,
diretora de pesquisa do Conference Board. "O crescimento pode muito bem sinalizar um cenário mais favorável para os gastos
dos consumidores."
Economistas ressalvam a possibilidade de descolamento entre os
que os consumidores dizem que
vão fazer e o que de fato fazem,
uma situação que ocorreu após os
atentados de 11 de setembro.
Nem todos os analistas se mostram otimistas em relação ao índice, que não crescia dois meses
consecutivos desde julho de 2000.
Como lembrou a agência de classificação de ricos Moody's, em
1991, após ter crescimento semelhante ao atual, o índice apresentou grande declínio.
"Serão necessários vários meses
de crescimento no índice de percepção do mercado de trabalho
para que um aumento na confiança dos consumidores tenha sentido real de se materializar numa
maior propensão ao consumo",
alertou a Moody's em relatório.
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