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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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O VÔO DA ÁGUIA

Fim do impasse sobre o Iraque restabelece otimismo dos consumidores, e índice registra alta de 20 pontos

Confiança nos EUA dá maior salto desde 91

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

O índice que mede a confiança dos consumidores americanos teve em abril seu maior crescimento em 12 anos.
O aumento, muito maior do que o esperado por analistas, é importante porque os gastos dos consumidores equivalem a dois terços da economia dos EUA. Assim, seu comportamento pode ser decisivo para reativar a atividade econômica no país, que cresce menos do que precisa.
Em março, após quatro meses consecutivos de queda, o índice de confiança do consumidor estava em 61,4 pontos. No mês que termina hoje, pulou para 81 pontos -esperava-se que o crescimento fosse a metade do que acabou ocorrendo, com o índice ficando ao redor dos 70 pontos.
A confiança do consumidor não crescia tanto desde março de 1991, quando, a exemplo de agora, os EUA estavam no final de uma guerra no Golfo Pérsico. Daquela vez, o número foi um dos sinalizadores do final da recessão então vivida pelos EUA.
Os números são apurados em pesquisa feita em 5.000 domicílios americanos pelo Conference Board, instituição econômica sem fins lucrativos baseada em Nova York. O levantamento teve metade da apuração feita antes da tomada de Bagdá (no dia 9) e metade depois -a coleta de dados acabou no dia 22.
"A solução rápida no Oriente Médio ajudou a acabar com as preocupações de curto prazo dos consumidores", diz Lynn Franco, diretora de pesquisa do Conference Board. "O crescimento pode muito bem sinalizar um cenário mais favorável para os gastos dos consumidores."
Economistas ressalvam a possibilidade de descolamento entre os que os consumidores dizem que vão fazer e o que de fato fazem, uma situação que ocorreu após os atentados de 11 de setembro.
Nem todos os analistas se mostram otimistas em relação ao índice, que não crescia dois meses consecutivos desde julho de 2000. Como lembrou a agência de classificação de ricos Moody's, em 1991, após ter crescimento semelhante ao atual, o índice apresentou grande declínio.
"Serão necessários vários meses de crescimento no índice de percepção do mercado de trabalho para que um aumento na confiança dos consumidores tenha sentido real de se materializar numa maior propensão ao consumo", alertou a Moody's em relatório.


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