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ENERGIA
Estatal encontra campo com 70 bilhões de metros cúbicos na bacia de Santos (SP) e aumenta em 30% as suas reservas
Petrobras anuncia descoberta recorde de gás natural
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras anunciou ontem a
maior descoberta de gás natural
de sua história. O reservatório foi
encontrado na bacia de Santos, a
segunda bacia marítima mais importante do país, no litoral do Estado de São Paulo.
Segundo a Petrobras, as reservas estimadas do campo são de
cerca de 70 bilhões de m3 -ou o
equivalente a cerca de 440 milhões de barris. Incluindo óleo e
gás, as reservas totais da companhia são de 10,5 bilhões de barris.
Com a descoberta, a Petrobras
aumenta suas reservas provadas
de gás no Brasil em 30%. Hoje,
elas são de 231 bilhões de m3. O reservatório foi encontrado em
águas rasas, a uma profundidade
de 485 metros da lâmina d'água
-bem menor do que as mais recentes descobertas, sempre em
águas profundas, a mais de 2.000
metros de profundidade.
Além do significativo volume de
gás encontrado, diz a Petrobras
em nota, a descoberta é importante por causa "de sua excepcional localização, no litoral do Estado de São Paulo, em frente ao
maior mercado consumidor nacional, constituído pelos Estados
do Sudeste brasileiro".
O gás foi localizado a 137 quilômetros do litoral de São Paulo, no
bloco BS-400. O poço perfurado
no qual se encontrou a reserva
tem um profundidade de 4.956
metros, a partir do solo marinho.
Testes feitos no local apontaram
que o poço perfurado poderá produzir cerca de 700 mil m3. Esse volume indica que o campo como
um todo poderá produzir mais de
3 milhões de m3 por dia -o que
representa quase 7% da produção
de gás da Petrobras. A estatal produz hoje no Brasil e no exterior
46,2 milhões de m3 por dia.
Bolívia
Boa parte da produção da Petrobras vem da Bolívia, onde a estatal tem grandes reservas de gás
nos campos de San Antonio e San
Alberto.
O problema, segundo especialistas, é o que fazer com o gás.
Com o fracasso do programa termelétrico e sem que as indústrias
se interessem por usar o insumo
em larga escala em seus processos
produtivos, o mercado de gás não
deslancha no Brasil.
Por isso, o governo brasileiro
negocia com o boliviano tanto a
redução dos volumes importados
quanto do preço estabelecido em
contrato. Hoje, são trazidos cerca
de 11 milhões de m3 do país vizinho, mas por força das regras do
contrato a companhia paga por
14,3 milhões de m3.
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