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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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ENERGIA

Estatal encontra campo com 70 bilhões de metros cúbicos na bacia de Santos (SP) e aumenta em 30% as suas reservas

Petrobras anuncia descoberta recorde de gás natural

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou ontem a maior descoberta de gás natural de sua história. O reservatório foi encontrado na bacia de Santos, a segunda bacia marítima mais importante do país, no litoral do Estado de São Paulo.
Segundo a Petrobras, as reservas estimadas do campo são de cerca de 70 bilhões de m3 -ou o equivalente a cerca de 440 milhões de barris. Incluindo óleo e gás, as reservas totais da companhia são de 10,5 bilhões de barris.
Com a descoberta, a Petrobras aumenta suas reservas provadas de gás no Brasil em 30%. Hoje, elas são de 231 bilhões de m3. O reservatório foi encontrado em águas rasas, a uma profundidade de 485 metros da lâmina d'água -bem menor do que as mais recentes descobertas, sempre em águas profundas, a mais de 2.000 metros de profundidade.
Além do significativo volume de gás encontrado, diz a Petrobras em nota, a descoberta é importante por causa "de sua excepcional localização, no litoral do Estado de São Paulo, em frente ao maior mercado consumidor nacional, constituído pelos Estados do Sudeste brasileiro".
O gás foi localizado a 137 quilômetros do litoral de São Paulo, no bloco BS-400. O poço perfurado no qual se encontrou a reserva tem um profundidade de 4.956 metros, a partir do solo marinho.
Testes feitos no local apontaram que o poço perfurado poderá produzir cerca de 700 mil m3. Esse volume indica que o campo como um todo poderá produzir mais de 3 milhões de m3 por dia -o que representa quase 7% da produção de gás da Petrobras. A estatal produz hoje no Brasil e no exterior 46,2 milhões de m3 por dia.

Bolívia
Boa parte da produção da Petrobras vem da Bolívia, onde a estatal tem grandes reservas de gás nos campos de San Antonio e San Alberto.
O problema, segundo especialistas, é o que fazer com o gás. Com o fracasso do programa termelétrico e sem que as indústrias se interessem por usar o insumo em larga escala em seus processos produtivos, o mercado de gás não deslancha no Brasil.
Por isso, o governo brasileiro negocia com o boliviano tanto a redução dos volumes importados quanto do preço estabelecido em contrato. Hoje, são trazidos cerca de 11 milhões de m3 do país vizinho, mas por força das regras do contrato a companhia paga por 14,3 milhões de m3.


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