São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2004

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RETOMADA?

Para a Fiesp, base é fraca

Vendas da indústria de SP crescem 30,7%

DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas reais da indústria paulista registraram alta de 30,7% em março em relação ao mesmo período de 2003. Na comparação com fevereiro, também houve crescimento de 22,3%.
Os números foram anunciados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que não chegou a comemorar o resultado.
"Ainda temos aí a pressão das exportações, que ajudaram a elevar as vendas. Além disso, não podemos esquecer que em março tivemos um número maior de dias úteis do que em 2003", disse Claudio Vaz, diretor de pesquisas econômicas da Fiesp.
O mês passado registrou 23 dias úteis, o que tende a elevar o período propício para a produção fabril. Em março de 2003, foram 19 dias úteis. Em fevereiro de 2004, foram 18 dias úteis.
O diretor da federação calcula que de 7 a 8 pontos percentuais desse aumento de 22,7% nas vendas reais em março sobre fevereiro foi causado pela expansão nas vendas externas.
Para explicar os dados, a federação também lembra que os resultados de março foram comparados com o desempenho do ano passado, quando a produção e as vendas patinaram.

Sem base
"Tivemos um março em 2003 bem fraco. Durante todo o primeiro semestre, nossa base de comparação está comprometida", disse.
Ontem a federação deveria anunciar o desempenho do INA (Indicador de Nível de Atividade) da indústria paulista em março, mas isso não ocorreu. Pela primeira vez desde 1994, quando o indicador começou a ser calculado, o INA não foi apresentado.
Isso aconteceu porque o indicador é calculado com base em números sobre a produção industrial paulista apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mas o IBGE decidiu reformular a sua Pesquisa Industrial Mensal. O levantamento passou a incluir novos setores da indústria que não estavam contemplados na antiga e alterou o peso dos setores na pesquisa.
"A mudança no cálculo do IBGE quebrou o INA. Estamos refazendo as contas", afirmou Vaz.

Capacidade
Foram apresentados, no entanto, indicadores conjunturais, entre eles o nível de utilização da capacidade instalada.
Entre os 11 setores da economia analisados, 7 registraram aumento no uso das instalações fabris, mas quatro apresentaram queda em relação a igual período de 2003.
No geral, a utilização da capacidade subiu e passou de 81,3% em março de 2003 para 82,6% no mês passado.
Um dos destaques negativos foi o setor alimentício, que registrou uma queda de 79,8% para 77%. (AM)


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