São Paulo, sábado, 30 de abril de 2005

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MERCADO ABERTO

Fundos movem ação contra Dantas

Começou ontem uma nova etapa na guerra entre os fundos de pensão e o Opportunity. No início da noite, os fundos conseguiram uma liminar na Justiça para sustar os efeitos da assembléia ordinária realizada no mesmo dia para nomear o novo conselho de administração da Brasil Telecom.
A assembléia marcou a volta da Telecom Italia ao bloco de controle da Brasil Telecom, depois de dois anos de afastamento. Como a liminar foi conseguida pelos fundos depois da realização da assembléia, os advogados da Brasil Telecom estudam a possibilidade de anular seus efeitos.
De qualquer forma, o acordo selado na quinta-feira entre o Opportunity e a Telecom Italia marcou uma nova fase nessa disputa. Agora, por mais incrível que possa parecer, os italianos estarão com Daniel Dantas num lado do front. Do outro, os fundos de pensão e o Citigroup. A Telecom Italia não gostou de saber que o Citi tinha uma proposta da Telemar para a compra de sua parte nas empresas de telefonia e decidiu fechar o acordo com Daniel Dantas.
Durante todo o dia de ontem, os advogados do Citigroup e os dos fundos de pensão se reuniram para traçar a melhor estratégia para barrar o acordo fechado entre Dantas e os italianos. A tendência é a de os fundos entrarem com uma ação no Brasil, e o Citi, em Nova York, o que deve ser feito no início da próxima semana. Os fundos e o Citi também irão pedir que a CVM se manifeste sobre a operação.
Na ação, os fundos de pensão devem alegar que o acordo fechado entre o Opportunity e a Telecom Italia não terá nenhum ganho financeiro para a Brasil Telecom, já que os 341 milhões irão para a empresa de Dantas. Já o Citi irá alegar que a Justiça de Nova York tinha proibido a Brasil Telecom de realizar qualquer venda de seus ativos. O acordo prevê a venda da operadora de celular da BrT para a TIM.

COMBATE
Operações simultâneas de combate à falsificação e ao contrabando, realizadas nesta semana em São Paulo, apreenderam 74 mil maços de cigarros ilegais em cidades paulistas, parte contrabandeada do Paraguai. A Polícia Civil, com apoio da Associação Brasileira de Combate à Falsificação, encontrou ainda maços falsificados e sem nota fiscal. A operação faz parte da campanha nacional de combate ao cigarro ilegal que a ABCF promove nas principais cidades do país. A participação do mercado ilegal no volume total de venda de cigarros no Brasil gira em torno de 30%. Essa fatia chegou a alcançar 38,4% em junho de 2002.

RESPOSTA DE FERRO
Mais um capítulo na guerra entre a Vale do Rio Doce e as siderúrgicas. O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) decidiu entrar na briga. A diretoria do instituto condenou o uso dos órgãos de defesa da concorrência para acobertar interesses individuais, num ataque direto ao IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), que recorreu ao Cade para acusar a Vale de concentração de poder. O instituto também considerou precipitação a CSN anunciar que pretende entrar no setor de mineração, "ao mesmo tempo em que lidera um grupo de siderúrgicas na luta para diminuir a participação da Vale na [ferrovia] MRS".

SALTO EXPORTADOR
A onda de exportações chegou à vinícola gaúcha Salton. O volume vendido pela empresa ao exterior nos três primeiros meses deste ano supera o resultado de 2004 inteiro. As exportações passaram a ser uma das prioridades da empresa, que pretende ampliar para 10% do faturamento a participação do mercado externo -hoje é de 1%. Para Ângelo Salton Neto, presidente do grupo, "a invasão de produtos importados a baixos preços acirrou a concorrência no mercado interno. Uma das saídas são as exportações". Outra medida adotada pela empresa foi apostar em vinhos de melhor qualidade, que têm maior rentabilidade.

QUEDA-DE-BRAÇO
A El Paso, proprietária da termelétrica Macaé Merchant, conseguiu ontem uma vitória na Justiça sobre a Petrobras. A Justiça do Rio extinguiu a ação cautelar proposta pela Petrobras -contra a empresa americana de energia- que limitava em 50% o pagamento da estatal em relação às despesas de operação das termelétricas. Como a Petrobras não pagou, a Justiça extinguiu a liminar. Segundo Fabiano Robalinho Cavalcanti, advogado da El Paso, a decisão significa que a petrolífera brasileira tem que voltar a pagar os custos da termelétrica, calculados em cerca de R$ 57 milhões por mês -conforme previsto nos contratos.


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