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Na véspera da reunião do Fed, Bolsa de SP cai 2,7%
Tombo é o maior em 40 dias; dólar passa de R$ 1,70
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O pregão de ontem foi marcado por mais um dia de apreciação do dólar diante do real. A
alta de 0,95% conduziu o dólar
a R$ 1,705 -a moeda norte-americana não fechava acima
de R$ 1,70 havia três semanas.
Mas no mês o dólar ainda registra queda, de 2,74%.
Na Bolsa de Valores de São
Paulo, o dia foi de perdas relevantes. Depois de bater em inéditos 66 mil pontos durante
pregão de segunda-feira, a Bovespa caiu ontem para 63.825
pontos, com baixa de 2,82%, a
maior desde 19 de março.
O mercado internacional
também se mostrou mais tenso. Hoje, o Fed (o banco central
dos EUA) anuncia como fica a
taxa básica americana, que está
em 2,25% anuais. O mercado
conta com uma nova redução,
de 0,25 ponto percentual na taxa. Porém, mais do que a decisão em si, o que é mais aguardado é a nota que o Fed divulgará
após seu encontro.
O comunicado pode sinalizar
o futuro da política monetária
na maior economia do mundo.
É grande a expectativa em torno da possibilidade de ser
apontado o fim do processo de
queda dos juros americanos,
iniciado em setembro passado.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones teve perdas de 0,31%. Na
Europa, a Bolsa de Paris perdeu
0,71%; a de Frankfurt recuou
0,58%; e a de Londres, 0,02%.
As Bolsas de emergentes tiveram resultados piores: houve
queda de 1,9% em Buenos Aires, de 1,28% na Turquia e de
1,15% no México.
"O mercado está focado na
quarta-feira. A decisão do Fed
pode mexer com o câmbio, as
Bolsas e as commodities. No
Brasil, a preocupação dos investidores é que uma possível
reação do mercado externo na
quinta pegará nossos pregões
fechados devido ao feriado",
afirma José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Ontem o dólar se apreciou
também no mercado internacional. Em relação ao euro, a divisa se valorizou em 0,52% e foi
a US$ 1,5564.
Mesmo com a baixa de ontem, a Bovespa ainda acumula
valorização mensal de 4,69%.
Resistência
Mas, no ano, a Bolsa voltou a
ficar no vermelho (com recuo
de 0,09%). Com suas principais
ações em queda, a Bovespa se
distanciou de seu recorde de
pontuação -os 65.790 pontos
de 6 de dezembro.
As perdas fortes sofridas pelas ações de Petrobras e Vale
podem ser um indicativo, segundo operadores, de saída de
capital externo. Esses papéis
são muito comprados pelos investidores estrangeiros, que os
costumam vender rapidamente quando querem sair da Bolsa
brasileira.
A ação ON (ordinária) da Petrobras encerrou com perdas
de 4,06%, e a PN (preferencial)
recuou 3,96%. Para os papéis
da Vale, as perdas foram de
2,46% (PNA) e 2,44% (ON).
Os estrangeiros têm trazido
forte volume de recursos para a
Bovespa em abril. Até o dia 24,
o saldo das aplicações da categoria estava positivo em R$ 6,17
bilhões -o melhor dado mensal já registrado.
"O estrangeiro voltou a olhar
para os mercados emergentes
muito atento aos preços das
commodities no mercado internacional", afirma Gonçalves, do Banco Fator.
A ação ordinária da Telemar
foi a que mais perdeu entre as
que formam o Ibovespa -principal índice da Bolsa-, ao terminar o pregão com desvalorização de 6,26%.
Juros para cima
No pregão da BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros),
houve nova elevação nas taxas
de juros. No contrato DI (que
mostra as projeções para os juros) que vence na virada do ano,
um dos mais negociados, a taxa
fechou a 12,82% anuais, saindo
de 12,71% na sexta passada.
A taxa básica da economia
brasileira, a Selic, está em
11,75% anuais. O Copom (Comitê de Política Monetária) iniciou um novo ciclo de elevações
da taxa Selic neste mês.
Segundo a última pesquisa
realizada pelo BC com o mercado, a expectativa é que a Selic
continue em alta e alcance os
13% no fim de 2008.
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