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Friboi compra a Swift e vira líder global
Brasileira adquire a gigante americana por US$ 1,4 bilhão e torna-se maior empresa em abate de bovinos no mundo
Aquisição dá acesso ao mercado americano e ocorre após a brasileira obter
R$ 1,6 bi com lançamento de ações na Bovespa, em março
DA REDAÇÃO
O grupo JBS-Friboi, maior
produtor e exportador de carne
bovina da América Latina,
anunciou a compra da americana Swift por US$ 1,4 bilhão. A
aquisição cria a maior empresa
do mundo de alimentos de origem bovina, diz a empresa.
A Swift é a quarta maior do
mundo em abates bovinos e a
terceira maior processadora de
carne suína nos Estados Unidos, com receitas líquidas de
US$ 9,6 bilhões em 2006. As
duas empresas, que terão 40
unidades industriais espalhadas por Argentina, EUA, Brasil
e Austrália, passam a ter capacidade diária de abate de 47,1
mil bovinos, superando os 32,6
mil da Tyson, também dos
EUA. Em 2006, as duas empresas abateram 9,6 milhões de
bovinos e tiveram receitas líquidas de US$ 11,5 bilhões.
A compra da Swift foi feita
pela J&F Participações, que
tem 77% da Friboi. O negócio
prevê pagamento de US$ 400
milhões já -US$ 225 milhões
pelas ações da Swift da HM Capital, controladora da companhia, e US$ 175 milhões para
quitar dívida antiga. A empresa
fará ainda o refinanciamento
de dívida de US$ 1 bilhão.
A compra da Swift nos EUA
-a Friboi já detinha a marca no
Brasil e na Argentina- elevará
sua atuação no mercado de industrializados. O Brasil atualmente não pode exportar carne
fresca para os EUA, por questões sanitárias, e embarca apenas o produto processado.
A Friboi quer melhorar os níveis de lucratividade da Swift
para depois integrá-la à operação global do grupo. A redução
de custos fixos "será uma grande obsessão", disse o presidente-executivo da empresa, Joesley Mendonça Batista.
Suínos
A compra dá acesso a uma
área até então inédita para a
empresa, a carne suína. Batista
frisou, contudo, que essa parte
da operação não está incluída
entre os objetivos principais
com a compra. Mas avaliação
nos Estados Unidos indica que
esse é o setor que vai bem na
empresa.
"Na nossa análise, temos
duas etapas nessa empresa. Temos que tirá-la de 0% a 1% de
margem Ebitda [lucro antes de
juros, impostos, depreciação e
amortização] para 3% a 5%, que
é o Ebitda histórico dessa indústria", disse Batista, que pretende obter isso em até dois
anos, sem necessidade de investimento em ativos. Em seguida, viria uma possível expansão no processamento e industrialização. Esse é um grande passo para a Friboi, que passa a ter acesso à região do Pacífico, diz Batista.
Essa não é a primeira compra
externa da Friboi, que já tem
cinco unidades na Argentina. O
objetivo é diversificar a origem
da produção para evitar barreiras sanitárias. Para se capitalizar, a Friboi realizou uma operação de oferta inicial de ações
na Bovespa em março, levantando cerca de R$ 1,6 bilhão.
Equipes de gestores da Friboi
já foram enviadas aos EUA e à
Austrália para iniciar o processo de transição.
O grupo JBS-Friboi vê nos
canais de distribuição da Swift
na Ásia e nos EUA mais opções
para a sua produção no Mercosul e oportunidades de ampliar
a atuação nos mercados mais
lucrativos. Mas a estratégia do
grupo de fortalecer a presença
no Mercosul está mantida.
Para o consultor da área de
carne bovina Alcides Torres,
vários fatores tornam a aquisição interessante para a Friboi.
A empresa entra no mercado
americano de carne fresca, o
mais rentável, e, além disso,
existe a perspectiva de abertura
dos mercados asiáticos para as
exportações dos EUA, hoje fechados por barreiras sanitárias.
"O cenário é muito bom", disse.
Com a Reuters
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