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Empresas dos EUA demitem e elevam lucro
Corte de custo também ajuda no aumento da rentabilidade
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Puxada por milhares de demissões e cortes profundos de
custos, a rentabilidade das empresas norte-americanas cresceu no primeiro trimestre de
2009 após seis trimestres consecutivos de queda.
No total, a lucratividade aumentou US$ 42,6 bilhões nos
primeiros três meses de 2009,
ante queda de US$ 250,3 bilhões no último trimestre de
2008 -período considerado o
pior em seis décadas para a economia norte-americana.
Apesar do crescimento, a
rentabilidade entre janeiro e
março foi 18% menor do que
em igual período do ano passado, quando a economia dos
EUA já estava em recessão.
No total, as empresas lucraram US$ 1,3 trilhão no primeiro
trimestre, o equivalente ao PIB
de um ano do Brasil.
No pico da rentabilidade das
companhias norte-americanas,
no quarto trimestre de 2006,
elas chegaram a lucrar US$ 1,7
trilhão (US$ 400 bilhões a mais
do que atualmente e o equivalente ao dobro das reservas em
dólares do Brasil).
Os dados foram apresentados ontem pelo Departamento
do Comércio dos EUA como
parte da revisão do PIB do país
entre janeiro e março passados.
Em vez da contração anualizada de 6,1%, como inicialmente
estimada, a economia norte-americana retrocedeu 5,7%.
Mesmo assim, os seis meses
compreendidos entre outubro
de 2008 e março de 2009 continuam sendo os piores em termos de evolução do PIB dos
EUA no pós-Guerra.
A volta da lucratividade é
considerada fundamental para
que as empresas voltem a reforçar seus caixas, tenham condições de pagar dívidas e, no caso
de empresas voltadas diretamente ao consumo, possam
conceder crédito.
Na atual recuperação da lucratividade, porém, ela ocorre
principalmente por uma combinação de profundos cortes
nos gastos e demissões. As dispensas do setor corporativo
nos EUA no primeiro trimestre
ultrapassaram a média mensal
de 600 mil trabalhadores.
A recuperação nos lucros,
portanto, não é tão saudável como pode parecer, já que mais
desempregados na economia
significam menos massa salarial e renda disponíveis para fazer o país voltar a crescer de
forma sustentável. Mesmo assim, aos poucos a confiança dos
consumidores norte-americanos que continuam preservando seus empregos vai aumentando mensalmente.
Ontem, segundo levantamento produzido pela agência
de notícia Reuters e pela Universidade de Michigan, o índice
que mede a expectativa dos
norte-americanos em relação
ao futuro da economia atingiu o
patamar mais alto pré-agravamento da crise, em setembro
de 2008. Subiu a 68,7 pontos.
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