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Meta de inflação deve
ser mantida em 2005
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A meta de inflação de 2005, fixada em 4,5%, deverá ser mantida
pelo CMN (Conselho Monetário
Nacional) para 2006. Essa era a
tendência ontem, mas o assunto
ainda será discutido hoje à tarde
durante reunião do CMN.
Apesar das pressões políticas,
mudanças no sistema de metas,
iniciado em 1999, e na própria
meta de 2005 vêm sendo descartadas por integrantes da equipe econômica do governo.
"Isso [mudança da meta de
2005] não está na agenda", afirmou ontem o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O
líder do governo no Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP),
vinha defendendo a mudança da
meta de 2005 para 5,5%, o que, segundo ele, abriria espaço para
uma redução mais acentuada das
taxas de juros e, conseqüentemente, para um maior crescimento econômico.
A meta de 5,5% foi fixada somente para este ano. Mas o sistema admite um desvio de 2,5 pontos percentuais para cima ou para
baixo. A inflação utilizada é a do
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), cujo cálculo é feito
pelo IBGE.
Além da pressão de aliados do
governo, o próprio mercado financeiro trabalha com a expectativa de uma taxa maior que a meta
central para a inflação deste ano,
algo em torno de 7%. Portanto, o
governo ainda poderia manter
uma "trajetória de queda", mudando a meta de 2005.
Mas setores da equipe econômica afirmam que existe até espaço
para uma redução da meta em
2006. Esse é o caso do secretário
do Tesouro Nacional, Joaquim
Levy. Segundo ele, a meta brasileira é quase a metade da maioria
dos países. No início deste mês,
Levy disse que seria uma surpresa
se o CMN decidisse reduzir a meta para 3%, mas afirmou que alguma queda seria possível.
Levy, porém, disse ainda que seria legítimo discutir uma "acomodação" da meta. "Temos que avaliar se em um momento de crescimento, como acontecerá em 2005
e em 2006, será interessante fazer
algum tipo de acomodação e
manter os 4,5%."
Outros integrantes da equipe
econômica dizem que o país ainda não está preparado para ter
metas semelhantes às de países
europeus, por volta de 2%. No
ano passado, o atual governo
também teve que rever a meta fixada para 2004 pelo governo anterior. Ela havia sido fixada em
2002 em 3,75% e foi para 5,5%. Isso porque no ano passado a meta
inicial era de 4%, mas a inflação
chegou a 9,3%.
De acordo com o Banco Central,
as projeções para o IPCA de 2005
indicam que a taxa final poderá ficar um pouco abaixo de 4,5%.
Portanto, a manutenção da meta
para 2006, quando é esperado um
aquecimento econômico maior,
daria mais flexibilidade à política
monetária em ano de eleições.
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