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Lula deixa para sucessor aumento do pão
Na única desoneração estendida além de dezembro, imposto sobre trigo e farinha é mantido em zero até o fim de 2010
Governo cria dois fundos, geridos pelo BNDES e pelo BB, com o objetivo de ampliar o financiamento para pequenas empresas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou para o próximo governo a decisão de aumentar o preço do pão francês.
Ontem, entre as medidas do
novo pacote de estímulo à economia, o imposto cobrado sobre o trigo, a farinha e o pãozinho foi mantido em zero até final de 2010. Essa desoneração
foi a única estendida além de
dezembro deste ano.
A medida havia sido adotada
no ano passado quando problemas com o fornecimento e a
importação de trigo argentino
fizeram com que o preço do pão
francês subisse no país. O benefício deveria ser suspenso no
meio do ano.
Além de renovar a redução
de impostos para automóveis,
motos e caminhões, o governo
prorrogou a desoneração de geladeiras, fogões, máquinas de
lavar, tanquinhos e materiais
de construção.
Mas, nesses casos, a validade
é mais curta: até 31 de outubro,
no caso de eletrodomésticos, e
seis meses no caso de cimento,
tintas, revestimentos etc. Depois desses prazos, as alíquotas
devem retornar aos percentuais anteriores à crise. Os fogões, por exemplo, voltarão a
pagar até 5% de Imposto sobre
Produtos Industrializados.
Dois fundos
Para tentar fazer com o que
os bancos aumentem os empréstimos para micro e pequenas empresas, o governo criou
dois fundos. Um será gerido pelo BNDES, terá aporte de R$
500 milhões do Tesouro e cobrirá apenas operações do banco com seus próprios recursos.
O outro será administrado
pelo BB (Banco do Brasil) e
contará com dinheiro do BB e
da Caixa Econômica Federal,
além dos R$ 500 milhões da
União. A ideia, segundo o vice-presidente de crédito da instituição, Ricardo Flores, é que os
bancos privados também capitalizem o fundo. Apesar de não
ter sido constituído ainda, o
projeto já foi apresentado em
reunião da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) há 15
dias e o BB aguarda a manifestação dos bancos.
O fundo garantirá até 80%
dos financiamentos e, para ter
direito à cobertura das suas
operações, as instituições terão
que depositar 0,5% do valor
que querem garantir.
O BB ainda aumentou em R$
11,6 bilhões o limite de crédito
disponível no banco para 303
mil empresas e espera, segundo
Flores, que cerca de R$ 8 bilhões sejam usados neste ano.
Além disso, o BB promete reduzir em 30% as taxas de juros cobradas nas linhas de capital de
giro e investimento e se comprometeu a antecipar recursos
para clientes que têm projeto
aprovado no BNDES.
A Caixa Econômica Federal,
além de fazer um aporte no
fundo garantidor de valor ainda
não definido, anunciou que direcionará R$ 22 bilhões para linhas destinadas às pequenas
empresas até o final deste ano.
Os financiamentos deverão ter
custo menor porque serão cobertas pelo fundo garantidor.
Em alguns casos, a taxa cai de
6,5% para 2,44% ao ano com a
redução do risco de inadimplência das empresas.
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