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CONJUNTURA
Inadimplência melhora neste semestre; falências decretadas crescem 168% no Real sobre os 5 anos anteriores
Insolvência cai em 99, mas sobe no Real
MARCOS CÉZARI
da Reportagem Local
Os indicadores de inadimplência
-títulos protestados e pedidos de
falência e concordata- caíram em
todo o país no primeiro semestre
deste ano em relação a igual período de 98.
Apesar da queda semestral, a situação piorou quando são comparados os números dos cinco anos
anteriores com os cinco posteriores ao Plano Real.
Segundo dados divulgados ontem pela Serasa (Centralização de
Serviços dos Bancos), o número de
protestos teve queda de 6,1% no
período. Foram registrados 3,9 milhões de protestos entre janeiro e
junho de 98 e 3,6 milhões no mesmo semestre deste ano.
A queda, segundo a Serasa, foi
motivada pelas reduções de 6,5%
no protesto de títulos contra pessoas físicas (1,2 milhão em 98 e 1,1
milhão neste ano) e de 5,9% no de
empresas (2,7 milhões e 2,5 milhões, respectivamente).
Os pedidos de falência tiveram
queda de 5,8%, com 14,8 mil requerimentos em 98 e 14,0 mil neste
ano.
O recuo foi bem maior no caso
dos pedidos de concordata. Os 275
pedidos deste ano significam menos 26,5% em relação aos 374 de
igual semestre de 98.
Piora no Real
A Serasa fez um estudo sobre o
desempenho das empresas no país
nos últimos dez anos -cinco antes e cinco após o Real. Amanhã, o
Real completa cinco anos.
Para a Serasa, o estudo registra
dois períodos distintos. De 89 a 94,
as empresas mostraram desempenho instável entre um ano e outro,
caracterizado por crescimentos
anuais consideráveis, seguidos de
quedas acentuadas.
A instabilidade é decorrência,
principalmente, das intervenções
do governo na economia por meio
de sucessivos planos (Verão, em
89, e Collor 1 e 2, em 90 e 91).
Com o Real, observa-se maior estabilidade, com índices de crescimento mais regulares entre um
ano e outro. Essa estabilidade (julho de 94 até agora) trouxe maior
previsibilidade às empresas.
O aspecto desfavorável, segundo
a Serasa, foi o aumento das insolvências das empresas e o maior calote (atraso no pagamento de dívidas) das pessoas físicas.
Entre julho de 94 e este mês,
22,73 mil empresas fecharam suas
portas, contra apenas 8,49 mil entre julho de 89 e junho de 94. No
caso, a alta no Real foi de 168%.
Para o presidente da Serasa, Elcio
Anibal de Lucca, "o sacrifício do
país para alcançar o atual estágio
de maturidade econômica não deve ser esquecido. Ao contrário,
tem de servir de estímulo para que
sejam tomadas as decisões políticas e administrativas que ainda faltam para garantir a consolidação
do crescimento sustentado da economia brasileira".
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