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Dados dos EUA marcam a agenda da semana
Amanhã saem os números sobre o mercado imobiliário
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma bateria de dados do setor imobiliário norte-americano pode fazer desta mais uma
semana de agitação e turbulência nos mercados financeiros.
Amanhã e quarta-feira vão
ser divulgados nos Estados
Unidos os números de gastos
com construção, de volume de
solicitações de empréstimos
hipotecários e de vendas de casas pendentes -dados relevantes que podem agitar o mercado.
A semana passada foi marcada por muita instabilidade e
perdas nas Bolsas de Valores
pelo mundo, impulsionadas pela elevação dos temores em relação ao futuro da crise que afeta o mercado imobiliário americano e seus reflexos negativos
na maior economia do mundo.
O que o mercado tem temido
neste momento é que a crise de
solvência verificada nos créditos chamados de "subprime"
(aqueles de clientes com histórico de maus pagadores) se espalhe para outras modalidades
de hipotecas.
"Na quinta-feira [passada],
novamente a preocupação com
o setor de crédito imobiliário
"subprime" e sua contaminação
prevaleceu, impondo forte realização de lucros", diz em análise a corretora Planner.
Ainda nos EUA, vai ser divulgado amanhã o resultado do
PCE (índice de gastos pessoais,
na sigla em inglês). O indicador
é um importante termômetro
do ritmo da economia norte-americana e costuma ser acompanhado com atenção por analistas e investidores.
Na quinta-feira haverá a reunião do Banco Central Europeu. A expectativa é que não
haja elevação de juros. Se isso
ocorrer, poderá ter uma resposta negativa dos mercados.
Como os investidores estão
muito sensíveis e inseguros,
qualquer resultado ou evento
econômico imprevisto pode
motivar a venda maciça de ativos (ações, títulos da dívida),
como ocorreu na semana passada.
Perdas
Os dois piores dias da semana foram terça e quinta. A Bolsa
de Valores de São Paulo amargou quedas expressivas de
3,86% e de 3,76%, respectivamente, nos pregões desses dias.
A venda de títulos da dívida
de emergentes, como o Brasil,
acabou por empurrar o risco-país a níveis que não eram verificados há meses.
No caso do Brasil, sem que
nada de negativo acontecesse
na economia do país, o risco
saltou para o seu maior patamar do ano. Nas operações de
quinta-feira, o risco-país brasileiro fechou a 222 pontos.
Juros e inflação
A esperada ata da reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária), divulgada na quinta passada, acabou ficando em
segundo plano. A expectativa
em torno do documento era
grande, pois em seu último encontro, quando baixou a taxa
básica Selic de 12% para 11,5%,
os dirigentes do Copom não tiveram uma decisão unânime.
Quatro dos sete dirigentes optaram pelo corte de 0,5 ponto
percentual; os outros três preferiam que a taxa Selic tivesse
sido cortada em 0,25 ponto.
A divulgação de índices de inflação no país nos próximos
dias vai ser importante para os
investidores irem ajustando
suas projeções para a próxima
reunião do Copom, que ocorrerá nos dias 4 e 5 de setembro.
Hoje sai o primeiro índice fechado de inflação deste mês, o
IGP-M, medido pela Fundação
Getulio Vargas. O mercado espera que o índice fique em
0,25%, próximo do registrado
em junho. Na sexta-feira sairá o
IPC da Fipe deste mês.
Neste momento, o mercado
prevê que o Copom cortará em
0,25 ponto a Selic, para 11,25%,
em seu encontro de setembro.
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