São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

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Dados dos EUA marcam a agenda da semana

Amanhã saem os números sobre o mercado imobiliário

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma bateria de dados do setor imobiliário norte-americano pode fazer desta mais uma semana de agitação e turbulência nos mercados financeiros.
Amanhã e quarta-feira vão ser divulgados nos Estados Unidos os números de gastos com construção, de volume de solicitações de empréstimos hipotecários e de vendas de casas pendentes -dados relevantes que podem agitar o mercado.
A semana passada foi marcada por muita instabilidade e perdas nas Bolsas de Valores pelo mundo, impulsionadas pela elevação dos temores em relação ao futuro da crise que afeta o mercado imobiliário americano e seus reflexos negativos na maior economia do mundo.
O que o mercado tem temido neste momento é que a crise de solvência verificada nos créditos chamados de "subprime" (aqueles de clientes com histórico de maus pagadores) se espalhe para outras modalidades de hipotecas.
"Na quinta-feira [passada], novamente a preocupação com o setor de crédito imobiliário "subprime" e sua contaminação prevaleceu, impondo forte realização de lucros", diz em análise a corretora Planner.
Ainda nos EUA, vai ser divulgado amanhã o resultado do PCE (índice de gastos pessoais, na sigla em inglês). O indicador é um importante termômetro do ritmo da economia norte-americana e costuma ser acompanhado com atenção por analistas e investidores.
Na quinta-feira haverá a reunião do Banco Central Europeu. A expectativa é que não haja elevação de juros. Se isso ocorrer, poderá ter uma resposta negativa dos mercados.
Como os investidores estão muito sensíveis e inseguros, qualquer resultado ou evento econômico imprevisto pode motivar a venda maciça de ativos (ações, títulos da dívida), como ocorreu na semana passada.

Perdas
Os dois piores dias da semana foram terça e quinta. A Bolsa de Valores de São Paulo amargou quedas expressivas de 3,86% e de 3,76%, respectivamente, nos pregões desses dias.
A venda de títulos da dívida de emergentes, como o Brasil, acabou por empurrar o risco-país a níveis que não eram verificados há meses.
No caso do Brasil, sem que nada de negativo acontecesse na economia do país, o risco saltou para o seu maior patamar do ano. Nas operações de quinta-feira, o risco-país brasileiro fechou a 222 pontos.

Juros e inflação
A esperada ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na quinta passada, acabou ficando em segundo plano. A expectativa em torno do documento era grande, pois em seu último encontro, quando baixou a taxa básica Selic de 12% para 11,5%, os dirigentes do Copom não tiveram uma decisão unânime. Quatro dos sete dirigentes optaram pelo corte de 0,5 ponto percentual; os outros três preferiam que a taxa Selic tivesse sido cortada em 0,25 ponto.
A divulgação de índices de inflação no país nos próximos dias vai ser importante para os investidores irem ajustando suas projeções para a próxima reunião do Copom, que ocorrerá nos dias 4 e 5 de setembro.
Hoje sai o primeiro índice fechado de inflação deste mês, o IGP-M, medido pela Fundação Getulio Vargas. O mercado espera que o índice fique em 0,25%, próximo do registrado em junho. Na sexta-feira sairá o IPC da Fipe deste mês.
Neste momento, o mercado prevê que o Copom cortará em 0,25 ponto a Selic, para 11,25%, em seu encontro de setembro.


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