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POLÍTICA MONETÁRIA
Queda para 19,5% causa certo temor
Mercado reage com surpresa aos juros
MARCELO DIEGO
da Reportagem Local
A taxa de juros de 19,5% ao ano,
fixada anteontem pelo Copom
(Comitê de Política Monetária),
causou surpresa e um certo temor
no mercado ontem.
O Copom reduziu em 1,5 ponto
percentual a Selic. A expectativa
era cair 0,5 ponto percentual.
Houve também uma mudança
na tendência dos juros, passando-a de baixa (a taxa poderia ser reduzida quando o BC quisesse) para neutra (nova mexida só pode
ocorrer na próxima reunião do
Copom, em setembro).
"Psicologicamente, seria melhor uma redução menos agressiva, mas mantendo o viés de baixa.
O mercado está enfrentando muita incerteza externa, e o clima interno também não está bom", disse Carlos Aírton Biasetto, diretor
administrativo do Hexabanco.
O clima externo seria a situação
da Argentina (que deve ficar instável até a eleição presidencial de
outubro) e a possibilidade de aumento dos juros nos EUA.
"No curto prazo, a taxa pode
funcionar. Mas a longo prazo
continua uma incógnita. O mercado já começou a trabalhar com
a possibilidade de ser necessário
subir os juros no futuro", disse José Cândido de Melo, gerente de
renda fixa do Banco Tendência.
"Acredito que os juros possam
subir, se houver um agravamento
da situação externa. Não adianta
reduzir a taxa agora, tendo elementos que poderão nos influenciar", disse José Osvaldo Morales
Jr., gerente da Novinvest.
Ontem, no leilão de títulos públicos com remuneração previamente acertada, os juros pagos foram altos: 21,38% na média, para
papéis de 35 dias de prazo.
"O mercado ainda está observando a nova taxa e preferiu trabalhar pedindo juros altos", disse
Rafael Cardoso, diretor de finanças do Banco Sudameris Brasil.
Para ele, no entanto, a medida
do Banco Central foi acertada.
"Dá sinal de que a economia terá
um pouco mais de gás."
Segundo cálculos do vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o impacto no crédito será pequeno. Ele diz que os juros ao
consumidor podem ter um recuo
de 0,51%, na média.
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