São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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PREÇOS
Indicador, igual ao oficial, mas com periodicidade diferente, vai a 1,99% em agosto, contra 0,78% no período anterior
Combustível e alimento dobram IPCA-15

DA SUCURSAL DO RIO

O reajuste dos combustíveis e a alta dos alimentos em meados do mês passado mais que dobraram a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que chegou a 1,99% em agosto, contra 0,78% do indicador anterior.
O IPCA-15 e o IPCA, este usado pelo governo no sistema de metas de inflação, são calculados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) seguindo a mesma metodologia. Ambos são apurados em 11 regiões do país.
A diferença entre eles é o período de coleta, o que serve para explicitar o quanto os períodos de referência podem influenciar as várias medições do custo de vida, explica Eulina Nunes, técnica do instituto. Ao final do ano, todos os indicadores terão convergido para um mesmo número.
Como a pesquisa do IPCA é feita num mês inteiro, se não houver novos fatos que resultem em reajustes importantes ao longo de agosto, a tendência é que o peso da gasolina se dilua e pressione menos o indicador oficial, o que não aconteceu com o IPCA-15, explica o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC.
O IBGE pesquisa o IPCA-15 entre os dias 15 de dois meses consecutivos. O índice começou a ser calculado em abril passado. O divulgado ontem refere-se a meados de julho e agosto e pegou em cheio o reajuste da gasolina e ainda resquícios do aumento da tarifa telefônica.
Segundo o IBGE, o grupo transporte registrou uma alta de 4,62%, contra 0,52% do período anterior. A gasolina teve uma variação de 16,9%, e o álcool, de 20,7%.
Em São Paulo, a inflação do grupo transporte (4,8%) ainda ficou acima da média nacional, assim como a de Porto Alegre (4,88%), de Fortaleza (5,46%), de Curitiba (5,11%) e de Goiânia (7%).
Transporte pesa tanto quanto alimentos no cálculo do custo de vida das famílias cuja renda varia de 1 a 40 salários mínimos -escopo da pesquisa do IPCA. Ambos entram com 21% e 22% do cálculo final, respectivamente.
O grupo alimentos variou 2,51%, contra 0,91% do mês passado. Comunicação, em que entram tarifas telefônicas, subiu 2,26%. Em julho, havia subido 7,89%.
Carlos Thadeu diz que tais aumentos (combustíveis e alimentos) são "auto-extinguíveis": "São choques de oferta pontuais sem maiores repercussões para a economia, por enquanto".


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