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PREÇOS
Indicador, igual ao oficial, mas com periodicidade diferente, vai a 1,99% em agosto, contra 0,78% no período anterior
Combustível e alimento dobram IPCA-15
DA SUCURSAL DO RIO
O reajuste dos combustíveis e a
alta dos alimentos em meados do
mês passado mais que dobraram
a inflação medida pelo IPCA-15
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), que chegou a 1,99% em
agosto, contra 0,78% do indicador anterior.
O IPCA-15 e o IPCA, este usado
pelo governo no sistema de metas
de inflação, são calculados pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) seguindo a
mesma metodologia. Ambos são
apurados em 11 regiões do país.
A diferença entre eles é o período de coleta, o que serve para explicitar o quanto os períodos de
referência podem influenciar as
várias medições do custo de vida,
explica Eulina Nunes, técnica do
instituto. Ao final do ano, todos os
indicadores terão convergido para um mesmo número.
Como a pesquisa do IPCA é feita num mês inteiro, se não houver
novos fatos que resultem em reajustes importantes ao longo de
agosto, a tendência é que o peso
da gasolina se dilua e pressione
menos o indicador oficial, o que
não aconteceu com o IPCA-15,
explica o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC.
O IBGE pesquisa o IPCA-15 entre os dias 15 de dois meses consecutivos. O índice começou a ser
calculado em abril passado. O divulgado ontem refere-se a meados de julho e agosto e pegou em
cheio o reajuste da gasolina e ainda resquícios do aumento da tarifa telefônica.
Segundo o IBGE, o grupo transporte registrou uma alta de
4,62%, contra 0,52% do período
anterior. A gasolina teve uma variação de 16,9%, e o álcool, de
20,7%.
Em São Paulo, a inflação do grupo transporte (4,8%) ainda ficou
acima da média nacional, assim
como a de Porto Alegre (4,88%),
de Fortaleza (5,46%), de Curitiba
(5,11%) e de Goiânia (7%).
Transporte pesa tanto quanto
alimentos no cálculo do custo de
vida das famílias cuja renda varia
de 1 a 40 salários mínimos -escopo da pesquisa do IPCA. Ambos entram com 21% e 22% do
cálculo final, respectivamente.
O grupo alimentos variou
2,51%, contra 0,91% do mês passado. Comunicação, em que entram tarifas telefônicas, subiu
2,26%. Em julho, havia subido
7,89%.
Carlos Thadeu diz que tais aumentos (combustíveis e alimentos) são "auto-extinguíveis": "São
choques de oferta pontuais sem
maiores repercussões para a economia, por enquanto".
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