São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Com valorização do real, Banco Central tem prejuízo de R$ 12,5 bi no semestre

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A estratégia do governo para conter a valorização do real em relação ao dólar com operações especiais de câmbio teve custo elevado para o Banco Central.
A instituição registrou, no primeiro semestre deste ano, prejuízo de R$ 12,523 bilhões. Somente essas operações de câmbio tiveram custo de R$ 3,803 bilhões.
Além disso, o Banco Central teve de aumentar em R$ 18,736 bilhões a parcela de recursos que fica apartada (a chamada provisão) para fazer frente a possíveis perdas com créditos que tem a receber de bancos em liquidação, como Econômico e Mercantil de Pernambuco, Bamerindus, Banorte e Nacional.

Novo cálculo
Isso aconteceu porque a autoridade monetária mudou a metodologia de cálculo dessas dívidas e dos ativos, unificando a forma como as dívidas desses bancos e os créditos são corrigidos. O tema é motivo de polêmica e contenda na Justiça com os antigos controladores.
Depois de anos sem ter uma forma única de tratar esses créditos das massas falidas, o BC decidiu que as dívidas sem garantias são corrigidas pela TR (Taxa Referencial). É o caso do rombo deixado por esses bancos nas reservas bancárias, uma espécie de cheque especial que os bancos têm no BC.
Por outro lado, as dívidas do Proer, o programa de socorro a instituições com dificuldade de caixa criado em 1995, são atualizadas pelo valor original do contrato, respeitando o limite das garantias entregues ao BC. "Antes, as dívidas eram corrigidas pela TR. Mudamos depois de consultar o departamento jurídico", disse o diretor Antonio Gustavo Matos do Vale.
O Banco Central, no entanto, vem enfrentando discussões jurídicas com os ex-controladores por ter metodologias diferentes na contabilização de dívidas e créditos dos bancos.
O balanço do Banco Central foi aprovado, ontem, no CMN (Conselho Monetário Nacional). Além disso, o CMN decidiu ampliar o número de instituições que podem repassar recursos no mercado interbancário, o chamado DI.
Corretoras de câmbio, que não podiam tomar recursos emprestados nesse mercado, agora estão autorizadas. As cooperativas de crédito, que só podiam emprestar, poderão tomar recursos emprestados.


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