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Com valorização do real, Banco Central tem prejuízo de R$ 12,5 bi no semestre
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A estratégia do governo para
conter a valorização do real em
relação ao dólar com operações
especiais de câmbio teve custo
elevado para o Banco Central.
A instituição registrou, no
primeiro semestre deste ano,
prejuízo de R$ 12,523 bilhões.
Somente essas operações de
câmbio tiveram custo de R$
3,803 bilhões.
Além disso, o Banco Central
teve de aumentar em R$ 18,736
bilhões a parcela de recursos
que fica apartada (a chamada
provisão) para fazer frente a
possíveis perdas com créditos
que tem a receber de bancos em
liquidação, como Econômico e
Mercantil de Pernambuco, Bamerindus, Banorte e Nacional.
Novo cálculo
Isso aconteceu porque a autoridade monetária mudou a
metodologia de cálculo dessas
dívidas e dos ativos, unificando
a forma como as dívidas desses
bancos e os créditos são corrigidos. O tema é motivo de polêmica e contenda na Justiça
com os antigos controladores.
Depois de anos sem ter uma
forma única de tratar esses créditos das massas falidas, o BC
decidiu que as dívidas sem garantias são corrigidas pela TR
(Taxa Referencial). É o caso do
rombo deixado por esses bancos nas reservas bancárias, uma
espécie de cheque especial que
os bancos têm no BC.
Por outro lado, as dívidas do
Proer, o programa de socorro a
instituições com dificuldade de
caixa criado em 1995, são atualizadas pelo valor original do
contrato, respeitando o limite
das garantias entregues ao BC.
"Antes, as dívidas eram corrigidas pela TR. Mudamos depois
de consultar o departamento
jurídico", disse o diretor Antonio Gustavo Matos do Vale.
O Banco Central, no entanto,
vem enfrentando discussões
jurídicas com os ex-controladores por ter metodologias diferentes na contabilização de
dívidas e créditos dos bancos.
O balanço do Banco Central
foi aprovado, ontem, no CMN
(Conselho Monetário Nacional). Além disso, o CMN decidiu ampliar o número de instituições que podem repassar recursos no mercado interbancário, o chamado DI.
Corretoras de câmbio, que
não podiam tomar recursos
emprestados nesse mercado,
agora estão autorizadas. As
cooperativas de crédito, que só
podiam emprestar, poderão tomar recursos emprestados.
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