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Alencar destaca a dívida interna para pedir queda de juro básico
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente e candidato à reeleição, José Alencar,
lançou mão ontem de sua mais
recente estratégia para convencer o governo de que é preciso
baixar mais os juros. Em discurso a empresários, reclamou
que o Tesouro fechará o ano
com R$ 600 bilhões em juros
da dívida interna nos quatro
anos da gestão de Lula.
Em cerimônia de entrega da
medalha do conhecimento pela
CNI (Confederação Nacional
da Indústria) a dez empresários - entre eles Josué Christiano Gomes da Silva, filho de
Alencar-, o vice-presidente
contou que vem conversando
com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) e com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre o tema.
Os três compõem o CMN (Conselho Monetário Nacional),
responsável por estabelecer diretrizes da política monetária.
A taxa básica de juros, Selic,
remunera aproximadamente
metade da dívida pública interna, "realmente um despropósito", na avaliação do vice-presidente da República.
Ex-empresário, Alencar criticou também a alta incidência
de impostos indiretos sobre o
setor produtivo, como ICMS,
IPI, Cofins, Cide e PIS. "O sistema tributário nacional se
transformou em um verdadeiro cipoal burocrático que trava
o desenvolvimento do país."
Alencar não pediu votos
abertamente, mas lembrou que
está em campanha. E repetiu o
que dissera, dias antes, em Minas Gerais: "Não votem em
mim, votem no Lula".
Semicondutores
Também presente ao evento
na CNI, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) negou que esteja empacado o projeto de desoneração
da produção de semicondutores. O governo, disse, vem
adiantando os textos de regulamentação das medidas para
evitar que haja intervalo de
tempo grande entre o anúncio
oficial do benefício e a implementação do caso na prática.
Segundo Furlan, o projeto
será nacional, mas o regime especial para produção de alguns
itens de TV na Zona Franca de
Manaus será mantido.
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