São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alencar destaca a dívida interna para pedir queda de juro básico

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente e candidato à reeleição, José Alencar, lançou mão ontem de sua mais recente estratégia para convencer o governo de que é preciso baixar mais os juros. Em discurso a empresários, reclamou que o Tesouro fechará o ano com R$ 600 bilhões em juros da dívida interna nos quatro anos da gestão de Lula.
Em cerimônia de entrega da medalha do conhecimento pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) a dez empresários - entre eles Josué Christiano Gomes da Silva, filho de Alencar-, o vice-presidente contou que vem conversando com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) e com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre o tema. Os três compõem o CMN (Conselho Monetário Nacional), responsável por estabelecer diretrizes da política monetária.
A taxa básica de juros, Selic, remunera aproximadamente metade da dívida pública interna, "realmente um despropósito", na avaliação do vice-presidente da República.
Ex-empresário, Alencar criticou também a alta incidência de impostos indiretos sobre o setor produtivo, como ICMS, IPI, Cofins, Cide e PIS. "O sistema tributário nacional se transformou em um verdadeiro cipoal burocrático que trava o desenvolvimento do país."
Alencar não pediu votos abertamente, mas lembrou que está em campanha. E repetiu o que dissera, dias antes, em Minas Gerais: "Não votem em mim, votem no Lula".

Semicondutores
Também presente ao evento na CNI, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) negou que esteja empacado o projeto de desoneração da produção de semicondutores. O governo, disse, vem adiantando os textos de regulamentação das medidas para evitar que haja intervalo de tempo grande entre o anúncio oficial do benefício e a implementação do caso na prática.
Segundo Furlan, o projeto será nacional, mas o regime especial para produção de alguns itens de TV na Zona Franca de Manaus será mantido.


Texto Anterior: Importação alta tira efeito de juros menores
Próximo Texto: PIB sofre desaceleração no 2º trimestre, admite Bernardo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.