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Petrobras prevê 160 mil empregos em SP até 2012
Projeção é investir US$ 97,8 bi no Brasil; área de gás natural é uma das beneficiadas
Demanda pelo combustível deve crescer quase 20% ao
ano, estima companhia; no país, plano de investimento
deve gerar 917 mil vagas
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O plano de negócios anunciado pela Petrobras para o período de 2008 a 2012 com investimentos de US$ 112,4 bilhões
deve gerar em São Paulo 160
mil postos de trabalho, entre
diretos e indiretos, e 917 mil em
todo o país. A previsão é que
US$ 15 bilhões sejam direcionados a projetos internacionais
e US$ 97,8 bilhões dedicados ao
Brasil, dos quais 15% (US$ 14,4
bilhões) irão para projetos no
Estado de São Paulo.
O anúncio foi feito ontem pelo presidente da companhia,
José Sergio Gabrielli, na sede
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Segundo ele, a Petrobras está se
preparando para atender a
crescente demanda de gás natural, cujo aumento estimado
até 2012 será de 19,4% ao ano.
Para atender à necessidade
projetada das indústrias, termelétricas e demais segmentos
(veicular, residencial, comercial, refinarias), o país deverá se
abastecer com gás da Bolívia
(cerca de 30 milhões de m3 por
dia), GNL (gás natural liquefeito, 31,1 milhões m3/ dia) e gás
oriundo de reservas em exploração (72 milhões de m3/dia).
Gabrielli destacou o declínio
do uso do petróleo como combustível para transporte e afirmou que a Petrobras terá como
meta uma atuação global na comercialização e logística de
biocombustíveis, que terão investimentos de US$ 1,5 bilhão,
objetivando liderar a produção
nacional. Segundo ele, "o futuro" é a utilização do petróleo
como base na indústria plástica, entre outras. "Hoje a gasolina produzida pela Petrobras
corresponde a 60% do combustível utilizado pelos veículos leves. Em 2008, ela representará
apenas 44%", disse.
O setor petroquímico caminha para a consolidação, disse Gabrielli. "As empresas tendem a atuar de maneira integrada e crescer para ganhar escala e atuar de maneira global."
A estratégia da Petrobras é
crescer de maneira orgânica,
destacou, mas serão consideradas oportunidades de fusão e
aquisição que surgirem.
Questionado sobre a crescente participação do governo
no setor com as aquisições recentes da Ipiranga e da Suzano,
Gabrielli descartou a possibilidade de estatização e a intenção de substituir a iniciativa
privada, mas observou que a
permanência das empresas
nesse mercado dependerá de
seu crescimento. "É mau, mas a
vida é dura", disse.
O plano de investimentos
prevê US$ 1,6 bilhão a ser aplicado em malha de gasodutos.
Para o presidente da Petrobras,
a expansão da produção de álcool e de biodiesel têm como
"ameaça-chave" o desenvolvimento tecnológico, exigindo
maior volume de recursos. Ele
admitiu que o mercado internacional de álcool combustível
vem crescendo menos que o
previsto e o consumo japonês
deverá puxar sua expansão. "O
maior índice de crescimento
projetado é do biodiesel."
Gabrielli destacou o crescimento de importância da busca
por energias mais limpas para
substituir o uso do petróleo,
gás e carvão. Até 2020 o objetivo será o de se tornar referência mundial em biocombustíveis, como parte da estratégia
de alcançar o posto de quinta
maior empresa de energia no
mundo, atuando em toda a cadeia de produção. Hoje ela ocupa a 14ª posição nesse ranking,
com diferentes colocações em
cada uma das atividades: é a 7ª
em produção, 8ª em refino, 5ª
em reserva.
Os investimentos darão prioridade aos segmentos de exploração, com recursos 32% maiores que os do plano anterior
(2007-2011), abastecimento
(35%) e petroquímico (30%).
A previsão é que 93% dos recursos (US$ 104,4 bi) terão origem em geração própria de caixa, sendo US$ 19,4 bi captados
no mercado financeiro.
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