São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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Petrobras prevê 160 mil empregos em SP até 2012

Projeção é investir US$ 97,8 bi no Brasil; área de gás natural é uma das beneficiadas

Demanda pelo combustível deve crescer quase 20% ao ano, estima companhia; no país, plano de investimento deve gerar 917 mil vagas

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O plano de negócios anunciado pela Petrobras para o período de 2008 a 2012 com investimentos de US$ 112,4 bilhões deve gerar em São Paulo 160 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, e 917 mil em todo o país. A previsão é que US$ 15 bilhões sejam direcionados a projetos internacionais e US$ 97,8 bilhões dedicados ao Brasil, dos quais 15% (US$ 14,4 bilhões) irão para projetos no Estado de São Paulo.
O anúncio foi feito ontem pelo presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Segundo ele, a Petrobras está se preparando para atender a crescente demanda de gás natural, cujo aumento estimado até 2012 será de 19,4% ao ano.
Para atender à necessidade projetada das indústrias, termelétricas e demais segmentos (veicular, residencial, comercial, refinarias), o país deverá se abastecer com gás da Bolívia (cerca de 30 milhões de m3 por dia), GNL (gás natural liquefeito, 31,1 milhões m3/ dia) e gás oriundo de reservas em exploração (72 milhões de m3/dia).
Gabrielli destacou o declínio do uso do petróleo como combustível para transporte e afirmou que a Petrobras terá como meta uma atuação global na comercialização e logística de biocombustíveis, que terão investimentos de US$ 1,5 bilhão, objetivando liderar a produção nacional. Segundo ele, "o futuro" é a utilização do petróleo como base na indústria plástica, entre outras. "Hoje a gasolina produzida pela Petrobras corresponde a 60% do combustível utilizado pelos veículos leves. Em 2008, ela representará apenas 44%", disse.
O setor petroquímico caminha para a consolidação, disse Gabrielli. "As empresas tendem a atuar de maneira integrada e crescer para ganhar escala e atuar de maneira global."
A estratégia da Petrobras é crescer de maneira orgânica, destacou, mas serão consideradas oportunidades de fusão e aquisição que surgirem.
Questionado sobre a crescente participação do governo no setor com as aquisições recentes da Ipiranga e da Suzano, Gabrielli descartou a possibilidade de estatização e a intenção de substituir a iniciativa privada, mas observou que a permanência das empresas nesse mercado dependerá de seu crescimento. "É mau, mas a vida é dura", disse.
O plano de investimentos prevê US$ 1,6 bilhão a ser aplicado em malha de gasodutos. Para o presidente da Petrobras, a expansão da produção de álcool e de biodiesel têm como "ameaça-chave" o desenvolvimento tecnológico, exigindo maior volume de recursos. Ele admitiu que o mercado internacional de álcool combustível vem crescendo menos que o previsto e o consumo japonês deverá puxar sua expansão. "O maior índice de crescimento projetado é do biodiesel."
Gabrielli destacou o crescimento de importância da busca por energias mais limpas para substituir o uso do petróleo, gás e carvão. Até 2020 o objetivo será o de se tornar referência mundial em biocombustíveis, como parte da estratégia de alcançar o posto de quinta maior empresa de energia no mundo, atuando em toda a cadeia de produção. Hoje ela ocupa a 14ª posição nesse ranking, com diferentes colocações em cada uma das atividades: é a 7ª em produção, 8ª em refino, 5ª em reserva.
Os investimentos darão prioridade aos segmentos de exploração, com recursos 32% maiores que os do plano anterior (2007-2011), abastecimento (35%) e petroquímico (30%).
A previsão é que 93% dos recursos (US$ 104,4 bi) terão origem em geração própria de caixa, sendo US$ 19,4 bi captados no mercado financeiro.


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