São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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Com dívida de US$ 1,7 bi, Alitalia pede concordata

Após mudança na lei pelo governo Berlusconi, parte lucrativa deve ficar com italianos

Companhia aérea estatal deverá ser dividida em duas; as divisões não-lucrativas serão vendidas ou liquidadas


DA REDAÇÃO

A Alitalia declarou estar insolvente e pediu concordata, dando o sinal de largada para o plano patrocinado pelo governo italiano de vender a empresa aérea estatal. Depois de dois anos procurando um comprador, a empresa deverá ser dividida em duas, com a parte lucrativa ficando com um grupo de investidores italianos.
Segundo o plano, as divisões não-lucrativas da Alitalia serão vendidas ou liquidadas e a divisão de viação aérea será fundida com a Air One, sua principal concorrente nacional, criando uma empresa aérea isenta de dívidas com domínio de 65% do mercado italiano. Um grupo de investidores, encabeçados por Roberto Colaninno, presidente do conselho administrativo da Piaggio, vai gastar cerca de 1 bilhão (US$ 1,46 bilhão) na compra e no custeio da nova companhia aérea.
A companhia aérea, que não registra lucro desde 1999, vem perdendo cerca de US$ 3 milhões por dia -prejudicada pela competição com empresas de aviação de baixo custo, pelos altos preços do combustível e por greves dos trabalhadores.
Segundo nota divulgada ontem, a dívida da empresa era de US$ 1,73 bilhão no final do mês passado, mas o montante não inclui o empréstimo de quase US$ 450 milhões dado pelo governo em abril para garantir que ela continuasse operando.
A separação da empresa em duas é mais uma tentativa do governo italiano de vender a Alitalia, em que é dono de 49,9% das ações. Anteontem, o governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi modificou a principal lei de falência do país, que foi ajustada para o pedido de concordata da companhia de aviação.
A ajuda para a Alitalia se tornou uma das prioridades de Berlusconi desde que ele retornou ao poder, após a vitória nas eleições em abril. Desde então, o premiê disse várias vezes que pretendia que a empresa continuasse em mãos italianas -o que impediu o prosseguimento das negociações com a Air France-KLM.
Colaninno, que deve se tornar o presidente do conselho da Alitalia, afirmou que é "indispensável" um parceiro estrangeiro para a companhia italiana e disse que está negociando com a Air France-KLM e a Lufthansa. O consórcio franco-holandês disse que pretende "continuar sendo um parceiro estratégico" da companhia italiana. A Lufthansa não se manifestou.


Com agências internacionais


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