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MINERAIS
Maior reserva do produto no mundo tem preço baixo devido à superoferta e à localização de difícil acesso
Jazida de nióbio será vendida por R$ 600 mil
da Sucursal de Brasília
O direito de pesquisa e lavra sobre a maior reserva de nióbio do
mundo, localizada em São Gabriel
da Cachoeira, no oeste do Estado
do Amazonas, está à venda por R$
600 mil -equivalente ao preço de
três carros BMW 850Cia Coupe.
O baixo preço deve-se a dois fatos: o mercado mundial está superabastecido do produto e a área
onde fica a reserva -no morro
dos Seis Lagos, próximo ao Pico da
Neblina- é de difícil acesso.
Quem ganhar terá de pagar R$
120 mil de sinal, mais quatro parcelas no mesmo valor três meses
depois de assinado o contrato.
O vencedor da licitação será definido pela maior oferta de royalty
-participação percentual do governo sobre a produção. O royalty
mínimo é de 3%.
Militares
Desde que foi descoberta, no fim
da década de 70, a reserva foi usada pelos militares como argumento para a necessidade de proteção
da Amazônia. Na época, o militares acreditavam que a reserva valia
centenas de milhões de dólares.
Os vencedores da licitação, cujo
resultado sairá ainda neste mês,
poderão explorar não só o nióbio,
mas qualquer produto mineral
presente no subsolo.
O que isso representa, ninguém
sabe ao certo. "O cálculo das reservas foi realizado somente para o
nióbio", diz estudo feito pela
CPRM (Companhia de Pesquisa
de Recursos Minerais).
O documento da CPRM diz que a
presença de outras substâncias
minerais é conhecida, mas as reservas ainda não estão medidas.
"Além de nióbio, ocorrem, na
jazida, terras raras, principalmente cério, lantânio e ítrio", afirma o
estudo. Existe também "três grandes ocorrências de minério de
manganês e ocorrência de fosfato,
ainda não avaliadas".
O nióbio é a único elemento cuja
reserva se conhece com precisão.
São 2,9 bilhões de toneladas de minério, que têm capacidade de produzir 81,4 milhões de toneladas de
nióbio puro -material para mais
de 300 anos de trabalho contínuo.
O documento da CPRM cita uma
questão que pode causar protestos
dos ambientalistas. "É importante informar que a área do projeto
está inserida nas seguintes unidades de conservação: parque nacional do Pico da Neblina e a reserva
biológica estadual do Morro dos
Seis Lagos", diz o documento.
Para a CPRM, possíveis contestações à produção mineral nessa
área serão um problema de quem
vencer a concorrência.
Venda à vista
O governo federal está licitando
um total de 250 reservas de minerais e exigirá pagamento à vista,
sem a cobrança de uma tradicional
taxa existente em negócios desse
tipo, que é uma participação percentual sob a produção, conhecida
como royalty.
A CPRM avalia que, dessa forma, haverá mais interessados. Das
quatro áreas com editais na praça,
só uma prevê cobrança de royalty.
Além da reserva de nióbio de São
Gabriel da Cachoeira, outras três
áreas estão à venda: níquel (GO),
turfa (SP) e caulim (PA). Elas têm
somente um preço mínimo exigido na licitação, sem a cobrança de
royalties.
As condições de pagamento
também são facilitadas. A reserva
de caulim do Pará -R$ 20 milhões de preço mínimo- poderá
ser paga com sinal de 10% e o restante em 15 anos, em 30 parcelas
semestrais.A jazida de níquel de
Goiás -com preço mínimo de R$
6 milhões- poderá ser adquirida
com uma entrada de 10% e o restante pago em dez anos, em 20
parcelas semestrais.
(LF)
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