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Banco poderá mudar
regra de fiscalização
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, disse ontem
que a instituição poderá alterar as
normas de fiscalização que regulam as operações de crédito dos
bancos por causa da informação,
publicada pela Folha no domingo, de que municípios e ao menos
um Estado estão usando linhas de
financiamento para driblar a Lei
de Responsabilidade Fiscal.
A reportagem mostrou que o
Estado de Mato Grosso do Sul e as
prefeituras de Cuiabá (MT), Laguna (SC) e Itapema (SC), proibidos de se endividar diretamente,
simularam empréstimos em bancos para seus funcionários a fim
de pagar salários. Segundo Meirelles, o BC irá "analisar" e "avaliar"
a denúncia.
"Certamente vamos analisar essa alegação que foi feita [pela Folha], de que está havendo irregularidade na concessão de empréstimos a funcionários públicos [estaduais e municipais]", disse.
Segundo Meirelles, compete ao
Banco Central "fazer alguma avaliação". "Se existe alguma irregularidade, na medida em que exista, será verificada e punida."
E, disse ele, as normas do Banco
Central poderão até ser mudadas
por causa da denúncia:
"Se não existir nenhuma irregularidade e tudo estiver dentro da
normalidade, não deveremos endereçar [um pedido de mudança]
sob esse ponto de vista. Mas olharemos do ponto de vista de aperfeiçoamento possível da norma",
afirmou.
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) também está investigando o assunto. Ele fez um
requerimento ao Ministério da
Fazenda pedindo informações sobre o convênio firmado entre o
governador de Mato Grosso do
Sul, Zeca do PT, e o Banco do Brasil para pagamento de salários no
fim do ano passado.
"Acho que isso é, claramente,
uma forma de driblar a Lei de
Responsabilidade Fiscal. Se eu estiver certo, temos de proibir isso",
disse Barros, que espera uma análise de sua assessoria jurídica sobre o assunto.
As operações
A reportagem da Folha mostrou que, usados como intermediários nas operações de crédito,
servidores de Laguna e de Itapema tiveram seus nomes incluídos
no Serviço de Proteção ao Crédito
porque os empréstimos não foram pagos pelas prefeituras.
(PEDRO SOARES E ÉRICA FRAGA)
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