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São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2003

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VAREJO

Supermercados e Procon discutem essa e outras regras de venda ao consumidor; implantação ainda não foi definida

Lojas podem pôr mais máquinas de ver preço

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os maiores supermercados do país, o Procon e a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo se reuniram ontem para tentar definir novas regras a serem adotadas nos hipermercados e supermercados em São Paulo. Isso deve atingir diretamente a vida do consumidor.
Em uma hora de reunião entre as partes, foram discutidas diversas propostas, resumidas num relatório de 19 páginas. Elas devem ser implementadas em até 180 dias. Uma delas obrigará as lojas a terem uma máquina para a checagem de preço dos itens (o chamado "tira-teima") a cada 18 metros, ou 500 metros quadrados.
Isso equivale a, basicamente, dois corredores de lojas em supermercados de médio porte. Com isso, num hipermercado precisam existir 14 máquinas, em média. Esse número hoje varia de loja para loja.
A sugestão foi apresentada pela Apas (Associação Paulista de Supermercado). Também estiveram no encontro Pão de Açúcar, Wal-Mart e Carrefour. Há risco, porém, de que a novidade custe caro ao bolso do consumidor.
Cada máquina custa entre R$ 5.000 e R$ 6.000. Portanto, uma loja pequena, de mil metros quadrados, precisará de recursos para comprar duas máquinas. A questão é se isso poderá ser repassado aos preços. "Isso faz parte do investimento da loja e não pode chegar ao consumidor", diz o deputado Orlando Morando (PSB-SP), que acompanha as reuniões.
A expectativa é que, se aprovadas as regras, o Procon faça a fiscalização. As lojas sugeriram multa de R$ 1.000 caso não cumpram a determinação.
Uma das outras questões discutidas entre as partes refere-se ao prazo de validade dos produtos. Esse, que parecia ser um dos temas principais na conversa ficou à margem, no entanto.
O Procon acredita que há falhas no controle dessas mercadorias. Os supermercados alegaram que esse controle, principalmente em pequenas e médias lojas, é complicado. "Há muitos produtos com diferentes marcas, como o café, por exemplo. Isso dificulta o acompanhamento", diz Sussumu Honda, presidente da Apas.
Para ele, os fabricantes deveriam definir entre si prazos de validade semelhantes para um mesmo produto.
"Isso é operacionalmente inviável. O mais razoável é a loja fazer promoção dos produtos que estão com data próxima à do vencimento. E não chamar a indústria para essa discussão", diz José Augusto Silveira, analista do setor.
Para o Procon, essa questão da validade foi "pouco analisada". A proposta é "muito paliativa", informa, e não resolve o problema.
Todos os pontos abordados ainda precisam ser analisados pela secretaria e pelo Procon.


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