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VAREJO
Supermercados e Procon discutem essa e outras regras de venda ao consumidor; implantação ainda não foi definida
Lojas podem pôr mais máquinas de ver preço
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os maiores supermercados do
país, o Procon e a Secretaria da
Justiça e da Defesa da Cidadania
do Estado de São Paulo se reuniram ontem para tentar definir novas regras a serem adotadas nos
hipermercados e supermercados
em São Paulo. Isso deve atingir diretamente a vida do consumidor.
Em uma hora de reunião entre
as partes, foram discutidas diversas propostas, resumidas num relatório de 19 páginas. Elas devem
ser implementadas em até 180
dias. Uma delas obrigará as lojas a
terem uma máquina para a checagem de preço dos itens (o chamado "tira-teima") a cada 18 metros,
ou 500 metros quadrados.
Isso equivale a, basicamente,
dois corredores de lojas em supermercados de médio porte. Com
isso, num hipermercado precisam existir 14 máquinas, em média. Esse número hoje varia de loja para loja.
A sugestão foi apresentada pela
Apas (Associação Paulista de Supermercado). Também estiveram
no encontro Pão de Açúcar, Wal-Mart e Carrefour. Há risco, porém, de que a novidade custe caro
ao bolso do consumidor.
Cada máquina custa entre R$
5.000 e R$ 6.000. Portanto, uma
loja pequena, de mil metros quadrados, precisará de recursos para comprar duas máquinas. A
questão é se isso poderá ser repassado aos preços. "Isso faz parte do
investimento da loja e não pode
chegar ao consumidor", diz o deputado Orlando Morando (PSB-SP), que acompanha as reuniões.
A expectativa é que, se aprovadas as regras, o Procon faça a fiscalização. As lojas sugeriram multa de R$ 1.000 caso não cumpram
a determinação.
Uma das outras questões discutidas entre as partes refere-se ao
prazo de validade dos produtos.
Esse, que parecia ser um dos temas principais na conversa ficou
à margem, no entanto.
O Procon acredita que há falhas
no controle dessas mercadorias.
Os supermercados alegaram que
esse controle, principalmente em
pequenas e médias lojas, é complicado. "Há muitos produtos
com diferentes marcas, como o
café, por exemplo. Isso dificulta o
acompanhamento", diz Sussumu
Honda, presidente da Apas.
Para ele, os fabricantes deveriam definir entre si prazos de validade semelhantes para um mesmo produto.
"Isso é operacionalmente inviável. O mais razoável é a loja fazer
promoção dos produtos que estão com data próxima à do vencimento. E não chamar a indústria
para essa discussão", diz José Augusto Silveira, analista do setor.
Para o Procon, essa questão da
validade foi "pouco analisada". A
proposta é "muito paliativa", informa, e não resolve o problema.
Todos os pontos abordados ainda precisam ser analisados pela
secretaria e pelo Procon.
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