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Mercado Aberto
Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br
Economista propõe metas de desempenho para a economia
O reconhecimento do Banco
Central de que o crescimento
da economia neste ano será
menor do que o previsto se
equivale ao algoz admitir o estrago que fez a sua vítima.
A frase, do economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP e diretor do departamento de economia do
Ciesp, reforça sua tese de que
foi errada a estratégia de política monetária adotada pelo
Banco Central.
O BC, na sua opinião, exagerou na dose na política monetária, mantendo os juros reais excessivamente elevados durante
muito tempo. Foi esse exagero
que provocou a redução da
perspectiva de crescimento da
economia brasileira, apesar do
quadro internacional favorável
e dos avanços em fundamentos
da economia doméstica.
Para o economista, a maior
prova do erro do BC é a discrepância que existe entre o PIB e
a inflação. Enquanto a média
das projeções de crescimento
do PIB baixou de 4% para 3%, a
previsão da inflação deve ficar
inferior a 3%, bem abaixo da
meta de 4,5%.
Como a queda da inflação foi
muito grande, com possibilidades de fechar o ano em 2,5%, a
redução de juros do BC foi praticamente inócua, dado que o
juro real (Selic menos a expectativa de inflação para os próximos 12 meses) permaneceu na
casa de 10% ao ano, uma taxa
muito superior à média internacional.
Como o governo deve cerca
de R$ 1 trilhão e grande parte
dessa dívida é influenciada pelos juros, o custo de financiamento atinge em média 8% do
PIB ao ano. Segundo Corrêa de
Lacerda, isso limita o espaço
para os investimentos públicos,
e compromete não apenas o desempenho da economia no curto prazo, mas principalmente
no médio e longo prazos.
De acordo com o economista,
o que aconteceu neste ano
mostra que o atual modelo está
esgotado. O desafio do próximo
governo será repensar essa fórmula sem abrir mão das conquistas obtidas, como as da inflação e as das contas externas .
Apesar do discurso dos candidatos de que a atual política
econômica será mantida, Lacerda acha que ela não terá
mais sustentação. Não faz sentido, para ele, o BC só pensar
em metas de inflação, a Fazenda, em superávit primário, e a
Receita, em arrecadação.
"O país precisa de metas
múltiplas de desempenho,
abrangendo investimento, conta externa, PIB, dívida pública,
etc", diz o economista. "Em
uma palavra, o país precisa de
planejamento, coisa que os
neoliberais odeiam."
DESIGN CONCEITUAL
Responsável pela identidade visual usada em todo o mundo para divulgar o festival Nokia Trends, a Tátil, empresa de
design carioca especializada em "branding", direciona hoje
grande parte de seu poder de criação para duas empreitadas.
A primeira delas, o Tim Festival, que será realizado este mês
em quatro cidades. Além de ter desenvolvido a marca, a empresa criou o conceito da edição deste ano. "Nos baseamos
na cultura indie e convidamos artistas de rua [gráficos] para
desenvolver o tema", diz Fred Gelli, sócio-fundador da Tátil,
que também é dirigida por Gustavo Gelli e Patrícia Pinheiro.
A segunda ação está ligada à Brastemp. A marca de eletrodomésticos contratou a empresa para reformular sua imagem.
A idéia é deixá-la mais contemporânea. "Definimos até os
nomes da linha de fogões, por exemplo", afirma Gelli.
NO FOTOCHART
Para que haja segundo
turno, não basta que as abstenções e os votos inválidos
sejam iguais aos da eleição
passada. Lula perderia cerca
de 1% dos votos válidos, mas
seria reeleito no primeiro
turno, afirma Rogério
Schmitt, da Tendências. Para ele, "só haverá segundo
turno se as intenções de voto
em Lula caírem entre 2% e
3%, em favor dos candidatos
de oposição, ou se a proporção de votos brancos, nulos e
abstenções crescer em relação a 2002".
TV DIGITAL
A Philips investirá US$ 25
milhões com a implantação
da TV digital no país. De
acordo com o vice-presidente da divisão de eletrônicos
de consumo da companhia
no Brasil, José Fuentes, neste valor estão incluídos os
gastos com pesquisa e desenvolvimento de software e
hardware para a transmissão digital, testes e treinamento para o desenvolvimento e adequação ao sistema brasileiro de transmissão adotado neste ano pelo
governo.
TECIDOS
As vendas do setor de tecidos cresceu 3,5% em setembro, em comparação a agosto, segundo levantamento
do Sindicato do Comércio
Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos de SP.
Já em relação a setembro de
2005, houve redução de 2%.
FRANQUIA
A reunião anual do Conselho Mundial de Franquias
acontece na terça e na quarta, na Costa do Sauípe (BA).
Participam associações da
Bélgica, EUA e outros.
MARANHENSE
A fundação Alcoa escolheu São Luís, capital do Maranhão, para sua primeira
reunião fora dos EUA, em
mais de 50 anos da entidade.
No evento, que ocorre na
quinta, serão avaliadas ações
de desenvolvimento sustentável. Os integrantes do conselho e dirigentes do instituto visitarão projetos, se encontrarão com representantes de organizações da sociedade civil, do poder público
e líderes comunitários de
São Luís, onde se localiza a
fábrica de alumínio Alumar,
operada pela Alcoa.
FOCO NO SUL
A Casas Bahia inaugura,
na quarta, o primeiro centro
de distribuição da região Sul,
em São José dos Pinhais, no
Paraná. O novo depósito teve investimentos de R$ 33
milhões e gerou cerca de
200 empregos diretos. Com
70 mil m2 de área, o depósito
está previsto para realizar
em média cem mil entregas
mensais. O centro abastecerá todas as filiais do Sul,
atendidas anteriormente
pelo centro de Jundiaí.
Nestlé lança achocolatado para o verão
Para o calor, a Nestlé
apostou em um ingrediente nativo da Amazônia para incrementar seus produtos à base de chocolate.
A empresa se prepara para dispor nas gôndolas dos
supermercados o seu Nescau Guaraná, que vem
juntar-se à linha formada
pelo Nescau Power, o Nescau ao Café -lançado no
ano passado- e as duas
versões light do produto
(em pó e pronto para beber). "A idéia da bebida é
pegar novos consumidores em novos horários de
consumo", diz Jürg Blaser, diretor da Divisão de
Cafés, Bebidas e Food Service da Nestlé no Brasil.
Blaser afirma que a idéia é
que o produto seja consumido gelado, à tarde. "Não
queremos que o Nescau
Guaraná concorra com o
tradicional, muito consumido no café da manhã.
Não vamos promover um
"canibalismo" com nossos
produtos", diz.
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