São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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Dólar lidera as aplicações de setembro

Moeda americana terminou o mês passado com valorização de 1,21% diante do real; mas no ano tem queda de 6,62%

Renda fixa subiu, na média, 1,08% em setembro; já a Bolsa de SP conseguiu uma valorização mais tímida, de apenas 0,60% no período


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar encerrou setembro à frente de outras formas de aplicação. Apesar de ter perdido fôlego nos últimos dias, o dólar registrou valorização de 1,21% no mês.
As aplicações de renda fixa, atreladas à oscilação dos juros, deram rentabilidade próxima. Os fundos de renda fixa e DI renderam, na média, 1,08% e 1,04% no mês. O CDB (Certificado de Depósito Bancário) chegou a pagar 1,06% para os grandes investidores.
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o mês de setembro com uma valorização modesta de 0,60%.
O dólar começou a subir embalado pelo aumento das inquietações dos investidores em torno da cena político-eleitoral. Na sexta passada, a moeda chegou aos R$ 2,21. Mas nos últimos dias houve um arrefecimento dessa tensão, o que permitiu que o real se recuperasse. Ontem a moeda americana encerrou vendida a R$ 2,171.
"O cenário político mais tenso pressionou um pouco o dólar neste mês", diz Mário Batisttel, diretor de câmbio da corretora Novação. Lembrando que o dólar caiu nos últimos dias, o analista diz que "é difícil afirmar se a moeda vai voltar a registrar alta no próximo mês". "Dependendo do resultado da eleição, os bancos podem voltar a comprar moeda estrangeira com mais força, o que pressionaria a cotação do dólar", diz.
Segundo o Relatório de Mercado do Banco Central, elaborado e divulgado semanalmente a partir de pesquisa com cem instituições financeiras, o dólar encerrará 2006 a R$ 2,18. Ou seja, pela média das opiniões do mercado, o câmbio não deve variar muito nos próximos meses.
Quem comprou dólares no fim do ano passado amarga importante baixa no acumulado deste ano. Em 2006, a moeda norte-americana ainda registra queda expressiva diante do real, de 6,62%.

Juros
No ano, os investimentos que acompanham o sobe-e-desce das taxas de juros se mostram as melhores opções. Os fundos de renda fixa -que carregam principalmente papéis públicos atrelados a taxas prefixadas- deram até o momento retorno anual médio de 11,59%. Os fundos DI subiram cerca de 11,50% no ano.
Mas é bom lembrar que a taxa básica de juros, a Selic, que serve de parâmetro para as outras taxas praticadas no mercado, está em processo de redução. Assim, aplicações como a renda fixa e o DI tendem a pagar um pouco menos nos próximos meses.

Ações
Desde maio, a Bovespa tem encontrado maiores dificuldades para retomar a trajetória de alta. Naquele mês, os investidores passaram a ficar mais cautelosos, se desfazendo de ativos de emergentes, devido ao temor de que os juros passassem a subir de forma mais persistente nos Estados Unidos.
Mas, apesar de o Fed (o banco central do EUA) já ter parado de elevar os juros no país, a Bolsa paulista tem encontrado dificuldades para subir. No ano, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) registra ganhos acumulados de 8,95%.
Terminado o processo eleitoral, espera-se que os estrangeiros retomem suas compras de ações de companhias brasileiras com maior intensidade. Em setembro, até o dia 26, as operações feitas pelos estrangeiros na Bovespa estavam negativas em R$ 33,92 milhões.
No pregão de ontem, o Ibovespa registrou pequena baixa de 0,10%. Na semana, o índice teve elevação de 4,74%.
De um total de 56 ações que formam o Ibovespa, 44 terminaram a semana com alta.
Os papéis Brasil Telecom Participações ON e Eletrobrás PNB foram os principais destaques da semana, com valorizações de 12,94% e 12,83%, respectivamente.


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