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20 mil pedem
regularização
em dois anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Firmado em 2005 e
prorrogado em 2006, o
acordo bilateral entre Brasil e Bolívia para regularizar brasileiros e bolivianos
que vivem nos dois países
de forma irregular resultou em 20 mil pedidos de
legalização de cidadãos do
país vizinho na capital
paulista, segundo informa
o Núcleo de Cadastro da
Delegacia de Imigração da
Polícia Federal em São
Paulo.
Uma publicação no
"Diário Oficial" da União
nos próximos dias deve
ampliar a vigência do acordo até setembro de 2008,
diz o Ministério das Relações Exteriores.
Fernando Fernandes,
chefe do núcleo, considera
esse número ainda pequeno, dada a estimativa do
Centro de Apoio ao Migrante (ligado à Igreja Católica) de que 160 mil bolivianos vivam no Estado de
São Paulo, dos quais 100
mil em situação irregular.
A Delegacia de Imigração é responsável pela fiscalização do estrangeiro
no país -isto é, se ele está
em situação legal ou ilegal.
Se tiver irregular, o estrangeiro recebe uma notificação para deixar o país entre três e oito dias.
Marco Antonio Veronezzi, delegado da Polícia
Federal em São Paulo, diz
que quem oferece o emprego ao estrangeiro irregular é autuado em cerca
de R$ 2.500 por trabalhador. "Recebemos muitas
denúncias", diz.
No caso dos bolivianos,
segundo afirma a Polícia
Federal, o que ocorre é
que, ao se identificar que
estão irregulares, eles trocam de endereço e permanecem no país.
"A regra básica para todo estrangeiro é a seguinte: se optar por morar no
Brasil, ele tem de ter autorização do Ministério da
Justiça. Para trabalhar,
tem de ter visto de trabalho e estar enquadrado nas
regras do Ministério do
Trabalho", afirma o delegado Fernandes.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho)
afirma que, no caso dos
bolivianos, há indícios de
violação de direitos humanos, especialmente na forma como esses estrangeiros chegam ao país. Até
meados do ano que vem, a
OIT pretende realizar um
trabalho para identificar a
existência de tráfico de bolivianos para o país, especialmente para São Paulo.
"A hipótese mais considerada é que um boliviano
vem a São Paulo e acaba
trazendo aos poucos toda
a família. Só que eles acabam trabalhando com documentação ilegal e em
condições inadequadas.
Mas há indícios de tráfico
de bolivianos", afirma Andréa Bolzon, oficial de projetos da entidade.
(FF e CR)
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