|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EXPORTAÇÕES
Saldo comercial de janeiro a agosto deste ano é de US$ 1,7 bilhão
Barreira não reduz vendas aos EUA
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Mesmo com as barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos, a importância do mercado
americano tem crescido substancialmente para as exportações
brasileiras.
O saldo comercial alcançado
com os EUA de janeiro a agosto
foi de US$ 1,7 bilhão e, conforme
dados do Departamento de Comércio, o Brasil poderá ter, em
2002, o primeiro superávit anual
com os americanos desde 1994.
As informações constam do relatório anual sobre barreiras comerciais divulgado ontem pela
embaixada brasileira em Washington. Os dados usados pela
embaixada são do governo americano e diferem da metodologia
usada no Brasil, que já apontara
superávit com os EUA em 2001.
Somando o comércio com o
México (US$ 2,6 bilhões) e com o
Canadá (US$ 1,5 bilhão), o documento também informa que a região do Nafta passou a representar cerca de 28% do comércio internacional brasileiro, superando
pela primeira vez a Europa (22%).
"Estou otimista com relação à
trajetória de crescimento de nosso comércio com os EUA", disse o
embaixador brasileiro em Washington, Rubens Barbosa. Segundo o relatório, as exportações para o mercado americano cresceram em média 10,5% ao ano, o
que indicaria os EUA como um
dos mercados com maior potencial para os produtos brasileiros.
"Colocados no contexto internacional atual, em que há uma desaceleração do comércio internacional e tendo presente a situação
difícil de vários países da América
Latina, particularmente a Argentina, até o ano passado nosso
principal parceiro comercial na
região, o intercâmbio bilateral do
Brasil com os EUA superou o efetuado com qualquer outro país ou
região", diz o documento.
O embaixador afirmou que o
Brasil não explorou adequadamente o mercado americano.
Comparou as exportações brasileiras para os EUA às da China.
Em 1985, Brasil e China exportavam cerca de US$ 7 bilhões por
ano ao mercado americano. Depois de 17 anos, o Brasil exporta
cerca de US$ 16 bilhões e a China,
US$ 142 bilhões.
"Os chineses também sofrem
barreiras comerciais e, mesmo assim, aumentaram suas vendas em
2.500% nesse período."
O embaixador disse que os chineses conseguiram identificar setores onde não havia barreiras e se
especializaram. Segundo ele, a
China também preenche os limites de todas as cotas têxteis impostas pelos Estados Unidos, enquanto o Brasil não as esgota.
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Em transe: Nos EUA, confiança é a menor em 9 anos Índice
|