São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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EXPORTAÇÕES

Saldo comercial de janeiro a agosto deste ano é de US$ 1,7 bilhão

Barreira não reduz vendas aos EUA

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

Mesmo com as barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos, a importância do mercado americano tem crescido substancialmente para as exportações brasileiras.
O saldo comercial alcançado com os EUA de janeiro a agosto foi de US$ 1,7 bilhão e, conforme dados do Departamento de Comércio, o Brasil poderá ter, em 2002, o primeiro superávit anual com os americanos desde 1994.
As informações constam do relatório anual sobre barreiras comerciais divulgado ontem pela embaixada brasileira em Washington. Os dados usados pela embaixada são do governo americano e diferem da metodologia usada no Brasil, que já apontara superávit com os EUA em 2001.
Somando o comércio com o México (US$ 2,6 bilhões) e com o Canadá (US$ 1,5 bilhão), o documento também informa que a região do Nafta passou a representar cerca de 28% do comércio internacional brasileiro, superando pela primeira vez a Europa (22%).
"Estou otimista com relação à trajetória de crescimento de nosso comércio com os EUA", disse o embaixador brasileiro em Washington, Rubens Barbosa. Segundo o relatório, as exportações para o mercado americano cresceram em média 10,5% ao ano, o que indicaria os EUA como um dos mercados com maior potencial para os produtos brasileiros.
"Colocados no contexto internacional atual, em que há uma desaceleração do comércio internacional e tendo presente a situação difícil de vários países da América Latina, particularmente a Argentina, até o ano passado nosso principal parceiro comercial na região, o intercâmbio bilateral do Brasil com os EUA superou o efetuado com qualquer outro país ou região", diz o documento.
O embaixador afirmou que o Brasil não explorou adequadamente o mercado americano. Comparou as exportações brasileiras para os EUA às da China.
Em 1985, Brasil e China exportavam cerca de US$ 7 bilhões por ano ao mercado americano. Depois de 17 anos, o Brasil exporta cerca de US$ 16 bilhões e a China, US$ 142 bilhões.
"Os chineses também sofrem barreiras comerciais e, mesmo assim, aumentaram suas vendas em 2.500% nesse período."
O embaixador disse que os chineses conseguiram identificar setores onde não havia barreiras e se especializaram. Segundo ele, a China também preenche os limites de todas as cotas têxteis impostas pelos Estados Unidos, enquanto o Brasil não as esgota.


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