São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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COLAPSO

Ministro da Economia vai a Washington para negociar pacote que pode chegar a US$ 15 bilhões

Argentina diz estar "a horas" de acordo com FMI

Santiago Llanquin/Associated Press
O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, em Santiago


MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, viaja hoje para os EUA a fim de acertar os últimos detalhes do acordo do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Caso saia, o empréstimo encerrará um processo de negociação que durou mais de um ano e que será, segundo a avaliação do governo argentino, "a maior negociação que o FMI já fez".
Ontem, o chefe do Gabinete de ministros, Alfredo Atanasof, já afirmava que o governo do país estava "a horas de conseguir o acordo". O secretário Guillermo Nielsen (Finanças) está desde segunda-feira em Washington negociando com o Fundo.
Na Argentina, a expectativa é que o acordo saia até o início da próxima semana e que o empréstimo do Fundo chegue a US$ 15 bilhões. Caso não se chegue a um acordo, o governo argentino já insinuou que dará o calote num empréstimo de US$ 800 milhões do Banco Mundial que vence em novembro. Só para os organismos multilaterais, a Argentina terá que pagar mais de US$ 14 bilhões até o final de 2003.
A medida que inicialmente azedou as relações do país com o FMI foi o "corralito", que, no final do ano passado, congelou os depósitos bancários dos correntistas argentinos. Os técnicos do Fundo e o governo dos EUA eram contra o congelamento, que foi adotado pelo ex-ministro Domingo Cavallo (Economia). Desde então, o Fundo já fez novos acordos com os vizinhos Brasil e Uruguai, mas as negociações com a Argentina continuaram emperradas.
Quatro principais temas dificultam o fechamento do acordo: o tamanho do superávit fiscal que deverá ser atingido pelo governo; o reajuste das tarifas públicas; o destino do "corralito"; e o processo eleitoral.


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