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CRÉDITO
Média é de 150,52%, mais de nove vezes o custo da taxa básica, de 16,5%
Cheque especial mantém juros altos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os juros do cheque especial subiram 0,82 ponto percentual ao
ano em outubro se comparado a
setembro. O correntista que apelar para o cheque especial pagará,
em média, 150,52% ao ano
-mais de nove vezes o custo da
taxa Selic, que está em 16,5%.
A taxa de juros em geral apresentou pequena queda de junho a
outubro deste ano: 3,23 pontos
percentuais ao ano. A taxa final
média verificada em outubro foi
de 53,38% ao ano.
Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central, com base
no levantamento mensal feito pela instituição com os bancos.
O presidente do BC, Armínio
Fraga, anunciou o que chamou de
"declaração de intenções" para
reduzir a diferença entre a Selic e
o custo final do empréstimo.
"A realidade não nos agrada.
Temos condições de melhorar",
disse Fraga. As medidas, que em
sua maioria dependem de aprovação do Congresso e de outros
setores do governo, devem entrar
em vigor até março de 2001.
Segundo o diretor de Política
Monetária do BC, Luiz Fernando
Figueiredo, algumas medidas podem ser tomadas ainda este ano.
Uma delas é o direito de o correntista levar de um banco para outro
suas informações cadastrais.
"O correntista que tem informações positivas, um histórico
bom, é um bom pagador e pode se
beneficiar disso."
O BC também pretende, ainda
neste ano, obrigar os bancos a
destacar no extrato mensal quanto o cliente terá de pagar de juros
do cheque especial. A intenção é
despertar o correntista para o alto
custo desse tipo de crédito.
Lei de Falências
No início do próximo ano, declarou Fraga, o BC deverá apresentar
ao Congresso proposta para modificar a Lei de Falências. Serão
duas as alterações na lei.
A primeira vai determinar que,
em caso de falência, as garantias
oferecidas pelas empresas ao tomar empréstimos não serão incorporadas à massa falida.
Com a segunda mudança, as
instituições financeiras poderão
liquidar dívidas de pessoa física
ou jurídica com as aplicações que
os tomadores têm com o banco.
Fraga destacou que 80% do crédito no país é concedido sem garantias efetivas, o que torna os
empréstimos mais caros. "O bom
pagador está pagando pelo mau",
comentou Figueiredo.
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