São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2000

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Incentivo para exportador leva 10% da receita

SILVIA MUGNATTO
ANDRÉ SOLIANI


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Fazenda calcula que os exportadores vão receber R$ 15,3 bilhões em benefícios fiscais este ano. O valor equivale a quase 10% do que a Receita pretende arrecadar com a cobrança de impostos e contribuições em 2000.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Edward Amadeo, apresentou os números à Folha para mostrar o apoio do ministério dirigido por Pedro Malan às exportações. A conta do secretário inclui o ressarcimento do IPI, da Cofins e do PIS (três impostos federais), o dinheiro do Proex e a isenção de Imposto de Importação para produtos que serão reexportados.
Nas últimas semanas, os incentivos aos exportadores colocaram o ministro Alcides Tápias (Desenvolvimento) e Malan em cantos opostos da mesa. Tápias quer mais dinheiro e mais poder para decidir a política de comércio exterior.
O ministro do Desenvolvimento, que assumiu com a missão de cumprir a promessa do presidente FHC de elevar as exportações brasileiras para US$ 100 bilhões até 2002, olha com desalento os resultados deste ano da balança.
A previsão inicial era a de um superávit de US$ 4,4 bilhões. Faltando pouco mais de um mês para terminar o ano, o saldo é um déficit de US$ 310 milhões. Para os próximos anos, a situação poderá piorar, diz o Desenvolvimento, se o governo não levar adiante um reforma tributária que desonere a produção e não incentivar alguns setores industriais.
A Fazenda vê os atuais números da balança com tranquilidade. "Não há crise de balança comercial", diz Amadeo.
Para o secretário, o déficit é explicado pelo baixo preço dos produtos agrícolas brasileiros e pela alta do petróleo. Segundo ele, as exportações de manufaturas, que são as que devem reagir ao incentivo da desvalorização cambial, estão indo muito bem.
Partindo da idéia de que o problema da balança é conjuntural, Amadeo defende uma revisão dos impostos de importação, que poderia resultar em uma queda da alíquota média.


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