CLÁUDIA DIANNI
ENVIADA A PUERTO IGUAZÚ

Brasil e Argentina vão adiar a divulgação do principal acordo da área econômica que seria assinado hoje pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner em Puerto Iguazú. Os dois lados não conseguiram chegar a um entendimento sobre a CAC (Cláusula de Adaptação Competitiva), o sistema de barreiras às importações defendido pelo ex-ministro da Economia Roberto Lavagna.
Diplomatas argentinos dizem que a saída de Lavagna do governo dificultou os entendimentos. Felisa Miceli, que vai substituir Lavagna, não teria tido tempo de se informar sobre os acertos feitos até agora.
A saída de Lavagna acabou virando um álibi para justificar o fracasso dos entendimentos. Na versão de diplomatas brasileiros, o acordo não saiu porque a Argentina não apresentou um plano concreto de fortalecimento de sua indústria.
Desde o ano passado, os argentinos têm insistido na adoção de um mecanismo que breque as importações brasileiras cada vez que houver um aumento expressivo. Com a retomada do crescimento, as reclamações aumentaram, já que os embarques de produtos brasileiros subiram 35% neste ano.
Os argentinos querem tempo para fortalecer sua indústria para competir com a brasileira. Mas o Brasil quer prazos e um plano de ação definido.


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