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MÍDIA
Grupo Schincariol fecha contrato com a Rede Globo para transmissão do Rio; empresa também patrocinará Salvador e Recife
Kaiser desiste e Schin passa a dominar o Carnaval em 2006
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi a Schincariol que conseguiu
fechar o pacote de mídia para o
Carnaval de 2006 com a Rede Globo, apurou a Folha. Há cerca de
três semanas venceu o prazo que
dava à concorrente Kaiser, a até
então "dona" do horário, o direito
de renovação imediata do acordo
com a TV carioca. Como estava
havia dois anos à frente na lista de
anunciantes interessados no pacote, o grupo Schin foi consultado
pela direção da rede após a desistência da Kaiser. Pela primeira
vez, será a cerveja das vinhetas e
chamadas do Carnaval da Globo.
Com o acordo da Schin, a cervejaria AmBev, a maior do país, não
poderá ter as suas marcas nos comerciais durante o intervalo dos
desfiles das escolas de samba do
Rio de Janeiro e de São Paulo. O
grupo (com 68,6% das vendas de
cerveja no país) é dono da Skol, da
Antarctica e da Bohemia, mas foca as ações do Carnaval principalmente no nome Brahma. Durante
a apresentação das escolas de
samba no Rio e em São Paulo, os
concorrentes da Schin não podem aparecer no vídeo.
Além disso, só poderá ser vendida a cerveja Nova Schin no sambódromo do Rio em 2006, após
renovação de acordo da empresa
com a Liga das Escolas do Rio. Últimos dados de outubro da consultoria ACNielsen mostram que
o grupo Schin tem 12,8% do mercado de cervejas. O pico aconteceu em dezembro de 2003, quando a taxa atingiu 15,2%.
"Com todas as ações no Carnaval, a meta é fortalecer mais a
marca. Mostrar que ela tem musculatura para se manter competitiva no mercado", diz Luiz Cláudio Taya de Araújo, diretor de
marketing da Schin.
Até o momento, só era público
que a RedeTV! e a Bandeirantes
haviam renovado os acordos de
transmissão do Carnaval tendo
como principal patrocinadora a
cervejaria da família Schincariol
-alvo de uma ação da Polícia Federal e da Receita Federal neste
ano, que investigavam a hipótese
de crime fiscal na empresa. O Carnaval de Salvador, transmitido
pela Band, e o desfile do "Galo da
Madrugada", no Recife, pertencem agora também à Schin. Parte
do capital a ser investido nessas
ações sairá do orçamento de mídia da empresa de 2005, que soma
R$ 280 milhões.
Está aberta a possibilidade de
que o novo slogan ("De cabeça no
verão") que está sendo "testado"
discretamente pela Schin hoje
-está nas ruas há cerca de quinze
dias- seja utilizado no Carnaval.
Mas não há certezas ainda se ele
fica, diz o diretor de marketing.
Para a AmBev, haverá a possibilidade de a companhia renovar a
parceria com a rede Record, apurou a Folha. A TV paulista mostrou os bastidores do Carnaval do
Rio em um miniestúdio montado
no camarote da Brahma em 2005.
A cervejaria informou ontem
que ainda não definiu sua ação de
marketing para o Carnaval. Na
prática, para 2006, parte das atenções da companhia estão focadas
na campanha de mídia da Copa
do Mundo -duas cotas foram
compradas na TV Globo pela empresa- e do Campeonato Brasileiro. A empresa utilizará uma cota para o anúncio de cerveja e outra cota será dividida entre refrigerante e cerveja.
Kaiser
Sem o patrocínio do Carnaval, a
Kaiser decidiu tomar um outro
rumo para as campanhas de exposição da marca no verão. "Esse
pacote da Globo em fevereiro é interessante e não há dúvida disso",
diz Marcelo Toledo, diretor de
marketing da Kaiser, empresa
que passou a comprar as cotas do
Carnaval da Globo após a desistência da Brahma, em 2001.
"Mas optamos por um novo caminho: colocar nossas campanhas em comerciais de 30 segundos, que para nossa estratégia
atual faz mais sentido. Isso porque venderá uma imagem de Kaiser dentro de um contexto, de
uma história", diz ele. "As vinhetas têm três, cinco segundos no
máximo, e não dá para fazer isso."
A Kaiser, controlada pela canadense Molson, tem sido alvo de
rumores a respeito de sua venda
para estrangeiros. A Molson já
admitiu "avaliar o futuro de suas
operações no Brasil e uma série de
opções estratégicas para o futuro
desses negócios". Segundo especialistas do mercado, estão interessados na Kaiser a mexicana
Femsa e a alemã Heineken.
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