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Redução na taxa é tímida e atrapalha o crescimento, dizem indústria e sindicatos
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão de cortar em 0,5
ponto percentual os juros frustrou as expectativas de representantes da indústria, do comércio e dos trabalhadores,
que esperavam redução mais
acentuada. Segundo dizem, isso deve comprometer o resultado da economia em 2007.
Para a Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São
Paulo), faltou "visão histórica e
geopolítica ao Copom". Em nota, o presidente da entidade,
Paulo Skaf, afirmou que "a queda vai tornando impossível ao
Brasil reverter a amarga previsão que acaba de fazer a OCDE
(Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico), de que a expansão do PIB
brasileiro não deverá passar de
3,1% em 2006, 3,8% em 2007 e
4% em 2008". Juros de 13,25%
ao ano "inviabilizam a retomada do crescimento sustentado
da economia já no início de
2007", segundo a Fiesp.
Na avaliação do presidente
da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando
Monteiro Neto, a redução de
meio ponto percentual "é o mínimo admissível, tendo em vista as condições do ambiente
macroeconômico e a ausência
de pressões inflacionárias".
A Abdib (associação que reúne indústrias de base) considera que a redução é positiva, mas
poderia ser mais acelerada para
criar "um bom ambiente para
os investimentos e para a produção com a redução de dois
pontos percentuais em duas
reuniões seguidas".
A Federação do Comércio do
Estado de São Paulo cobrou
"ousadia" do BC em 2007. "O
maior desafio para o BC agora é
o de estimular a concorrência
bancária para que a redução da
Selic chegue ao consumidor.
Em 2006, os bancos tiveram
mais um ano de lucros recordes, porém o financiamento
manteve-se inacessível para os
pequenos e microempresários", afirmou Abram Szajman,
presidente da entidade.
"Tanto os indicadores de inflação como da atividade econômica justificam essa decisão,
já esperada pelo mercado. Vamos aguardar agora que a ata
confirme que essa tendência de
queda continuará", diz Marcel
Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo.
Para a Força Sindical, a decisão tomada pelo BC é "nefasta"
para o país e "compromete o
primeiro semestre de 2007".
A CUT considera a taxa básica de juros "alta demais" e espera que a rolagem da dívida
pública "não impeça a conquista de um salário mínimo de R$
420 em março de 2007".
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