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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Com alta de 211%, construção é destaque na Bovespa
O setor de construção é o
grande destaque neste ano na
Bovespa. Os papéis de empresas do setor tiveram valorização média de 211,4% na Bolsa
paulista, de acordo com levantamento realizado pela consultoria Economática.
Em segundo lugar, estão as
ações de eletroeletrônicos, que
apresentaram ganhos médios
acumulados de 167,8% neste
ano, até o dia 23.
Esses aumentos ficaram bem
acima da valorização de 80% do
Ibovespa, índice que reúne as
62 ações brasileiras mais negociadas na Bolsa paulista.
No ano passado, empresas do
setor de construção foram das
que mais sofreram com a crise
nos mercados financeiros, em
razão da falta de recursos para
financiamentos imobiliários.
O que impulsionou os ganhos
das empresas do setor neste
ano foi o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida
criado pelo governo federal,
além de outras medidas tomadas em razão da crise.
"O governo liberou compulsórios, criou o fundo garantidor
e manteve os juros baixos, para
dar mais liquidez ao mercado",
diz Ricardo Martins, gerente de
pesquisa da Planner Corretora.
"Com o incentivo do programa habitacional Minha Casa,
Minha Vida, as fontes de financiamento ficaram mais fáceis",
completa Martins.
As iniciativas governamentais para aumentar a demanda
por moradias, associadas ao incentivo fiscal para a compra de
materiais de construção, também foram responsáveis pela
recuperação dos papéis do setor na Bovespa, acrescenta Pedro Gaudi, analista de investimento da SLW Corretora.
Já o setor de eletroeletrônicos, que foi o segundo que mais
apresentou ganhos na Bolsa
paulista, foi beneficiado "pelo
aumento da demanda por computadores e pelo dólar favorável para as empresas importadoras de matéria-prima", de
acordo com Gaudi.
Entre os destaques negativos, está o setor de petróleo e
gás, que teve valorização de
71,7% -abaixo da registrada
pelo índice Ibovespa.
É consenso entre os analistas
que a capitalização que a Petrobras fará no ano que vem gerou
incertezas no mercado. A notícia fez com que os papéis do setor apresentassem desempenho abaixo do que o registrado
pelo Ibovespa neste ano.
"Com o incentivo do
Minha Casa, Minha
Vida, as fontes de
financiamento ficaram
mais fáceis"
RICARDO MARTINS
gerente de pesquisa da Planner
"Quando a crise surgiu,
já estavam em
andamento medidas
do governo para
impulsionar a
demanda por
moradias"
PEDRO GAUDI
analista de investimento da SLW
Para onde olhar em 2010... na economia
"Olharia para a balança de transações correntes e para o deficit fiscal"
CANDIDO BRACHER
presidente do Itaú BBA
EMPREENDEDOR DA HISTÓRIA
Não era bem assim a história de que a economia do
Brasil Colônia se resumia
ao latifúndio agrário-exportador; de que a riqueza ia
para fora e aqui deixava um
mercado muito limitado,
segundo Jorge Caldeira.
Em "História do Brasil
com Empreendedores"
(editora Mameluco, 334
págs.), o escritor tem outra
história para contar, diferente da propagada, de um
lado, por marxistas, como
Caio Prado Júnior, e, de
outro, conservadores. Caldeira parte do empreendedor para entender o país.
A economia brasileira,
em 1800, crescia a taxas
maiores que as de Portugal,
apesar de o governo trabalhar contra ela, concluiu
Caldeira.
No Brasil colonial já havia gente que, em busca de
enriquecimento, se dedicava à produção independente. As trocas, atestam documentos da época, geraram
um mercado sofisticado,
mesmo quando não havia
muitos europeus nem moeda. "Homens livres conseguiram criar um mundo de
grande troca de mercadorias. Uma figura como Guilherme Pompeu de Almeida
(1600-1680), considerado
latifundiário, era, na verdade, um grande empresário."
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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