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CONJUNTURA
Nível de utilização da capacidade instalada vai a 83,3%, maior índice em 20 anos para o mês, informa FGV
Atividade industrial é recorde em janeiro
PEDRO SOARES
DO FOLHANEWS
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria alcançou 82% em janeiro, segundo a
Sondagem Conjuntural da FGV
(Fundação Getúlio Vargas).
O resultado é o mais expressivo
dos últimos 20 anos para os meses
de janeiro, sem levar em conta
1987 e 1995, que sofreram impacto direto dos planos Cruzado e
Real, respectivamente, informa o
coordenador da pesquisa, Salomão Quadros da Silva.
Segundo a FGV, planos de estabilidade econômica sempre contribuem para acelerar a atividade
econômica de forma atípica.
Em outubro, quando foi realizada a sondagem anterior, a taxa
média de ocupação da capacidade
da indústria foi 84,1%. Mas, descontado o efeito sazonal -fatores
anormais concentrados em determinado período-, a taxa ficou
em 83,3% em janeiro e em 82,9%
em outubro, o que confirma o incremento da atividade industrial.
Entre os setores que apresentaram maior nível de utilização da
capacidade em janeiro estão borracha (94,4%) e celulose, papel e
papelão (93,4%). Já o fumo teve o
pior resultado -52,2%.
Silva disse que o resultado de janeiro revela a continuidade da expansão da utilização da capacidade instalada, mas de forma mais
moderada que a registrada a partir do segundo semestre de 1999,
quando a indústria começou a viver período de recuperação após a
desvalorização do real.
A taxa saiu de pouco menos de
80% em meados de 99 para mais
de 83% no primeiro trimestre de
2000 (dados com ajuste sazonal).
De acordo com ele, isso mostra
que o período de pico de recuperação da indústria já passou e a taxa vem mantendo desde o ano
passado o mesmo patamar de
ocupação.
Mais investimento
Salomão disse ainda que, para
conseguir acompanhar a recuperação da economia, a indústria
começa a investir para ampliar a
capacidade de produção, mas que
isso ocorre com menor rapidez
do que o aumento da demanda.
Segundo a sondagem, a demanda por produtos industriais retornou neste mês ao mesmo nível registrado em janeiro de 1997. Para
11% dos empresários, a demanda
está mais aquecida neste mês, ante 16% que avaliam que ela está
menor. O restante considera que
a procura está estável. Em janeiro
de 2000, 20% das empresas avaliavam a demanda como fraca, enquanto 9% a consideravam forte.
Para o trimestre, 32% dos 1.252
empresários ouvidos pela FGV
prevêem uma demanda maior,
ante 30% que esperam redução.
A produção industrial deverá
crescer no primeiro trimestre para 35% dos empresários, enquanto 32% acreditam que ela cairá.
Esse também é o melhor resultado estimado para o primeiro trimestre desde 1997. No primeiro
trimestre de 2000, 26% acreditavam em aumento da produção e
32% em recuo da atividade.
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