São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

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CONJUNTURA

Nível de utilização da capacidade instalada vai a 83,3%, maior índice em 20 anos para o mês, informa FGV

Atividade industrial é recorde em janeiro

PEDRO SOARES
DO FOLHANEWS

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria alcançou 82% em janeiro, segundo a Sondagem Conjuntural da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O resultado é o mais expressivo dos últimos 20 anos para os meses de janeiro, sem levar em conta 1987 e 1995, que sofreram impacto direto dos planos Cruzado e Real, respectivamente, informa o coordenador da pesquisa, Salomão Quadros da Silva.
Segundo a FGV, planos de estabilidade econômica sempre contribuem para acelerar a atividade econômica de forma atípica.
Em outubro, quando foi realizada a sondagem anterior, a taxa média de ocupação da capacidade da indústria foi 84,1%. Mas, descontado o efeito sazonal -fatores anormais concentrados em determinado período-, a taxa ficou em 83,3% em janeiro e em 82,9% em outubro, o que confirma o incremento da atividade industrial.
Entre os setores que apresentaram maior nível de utilização da capacidade em janeiro estão borracha (94,4%) e celulose, papel e papelão (93,4%). Já o fumo teve o pior resultado -52,2%.
Silva disse que o resultado de janeiro revela a continuidade da expansão da utilização da capacidade instalada, mas de forma mais moderada que a registrada a partir do segundo semestre de 1999, quando a indústria começou a viver período de recuperação após a desvalorização do real.
A taxa saiu de pouco menos de 80% em meados de 99 para mais de 83% no primeiro trimestre de 2000 (dados com ajuste sazonal). De acordo com ele, isso mostra que o período de pico de recuperação da indústria já passou e a taxa vem mantendo desde o ano passado o mesmo patamar de ocupação.

Mais investimento
Salomão disse ainda que, para conseguir acompanhar a recuperação da economia, a indústria começa a investir para ampliar a capacidade de produção, mas que isso ocorre com menor rapidez do que o aumento da demanda.
Segundo a sondagem, a demanda por produtos industriais retornou neste mês ao mesmo nível registrado em janeiro de 1997. Para 11% dos empresários, a demanda está mais aquecida neste mês, ante 16% que avaliam que ela está menor. O restante considera que a procura está estável. Em janeiro de 2000, 20% das empresas avaliavam a demanda como fraca, enquanto 9% a consideravam forte.
Para o trimestre, 32% dos 1.252 empresários ouvidos pela FGV prevêem uma demanda maior, ante 30% que esperam redução.
A produção industrial deverá crescer no primeiro trimestre para 35% dos empresários, enquanto 32% acreditam que ela cairá. Esse também é o melhor resultado estimado para o primeiro trimestre desde 1997. No primeiro trimestre de 2000, 26% acreditavam em aumento da produção e 32% em recuo da atividade.


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