|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Boa parte dos R$ 114 bi pagos em juros foi parar na mão dos bancos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em 2002, o setor público
(União, Estados, municípios e estatais) gastou R$ 113,978 bilhões
em juros da dívida. Foi o valor
mais elevado registrado durante o
governo Fernando Henrique Cardoso. Boa parte desse dinheiro foi
parar nas mãos dos bancos e dos
fundos de investimento que operam no país.
De todas as esferas de governo,
o Tesouro Nacional é o que mais
paga juros para o setor privado. A
maior parte dos encargos arcados
por Estados e municípios tem como credor a própria União, por
causa da renegociação das dívidas
dos governos regionais acertada
ao longo dos últimos anos.
Dos quase R$ 114 bilhões de juros gastos no ano passado, cerca
de R$ 100 bilhões eram de responsabilidade do Tesouro e do Banco
Central, e foram pagos àqueles
que investiram em títulos públicos federais. A maioria desses papéis é corrigida pelo câmbio, pela
taxa Selic -hoje em 25,5% ao
ano- ou por índices de preços,
como o IGP-M (Índice Geral de
Preços do Mercado).
De acordo com dados do Tesouro e do BC, os títulos públicos
em circulação no mercado em dezembro passado valiam R$ 623,2
bilhões. Desse total, 34,67% estavam na carteira dos bancos. Outros 32,11% estavam nas mãos dos
FIFs (Fundos de Investimento Financeiro).
É razoável supor, portanto, que
tanto as instituições financeiras
quanto aqueles que aplicam em
fundos de investimento tenham
ficado com fatias semelhantes dos
juros pagos pelo governo ao longo de 2002. As empresas também
investem bastante em títulos públicos, embora em menor escala
do que fundos e bancos.
Texto Anterior: Com corte orçamentário de 14,4%, nova meta deve ser de 4,4% do PIB Próximo Texto: Frase Índice
|