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São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

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Boa parte dos R$ 114 bi pagos em juros foi parar na mão dos bancos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em 2002, o setor público (União, Estados, municípios e estatais) gastou R$ 113,978 bilhões em juros da dívida. Foi o valor mais elevado registrado durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Boa parte desse dinheiro foi parar nas mãos dos bancos e dos fundos de investimento que operam no país.
De todas as esferas de governo, o Tesouro Nacional é o que mais paga juros para o setor privado. A maior parte dos encargos arcados por Estados e municípios tem como credor a própria União, por causa da renegociação das dívidas dos governos regionais acertada ao longo dos últimos anos.
Dos quase R$ 114 bilhões de juros gastos no ano passado, cerca de R$ 100 bilhões eram de responsabilidade do Tesouro e do Banco Central, e foram pagos àqueles que investiram em títulos públicos federais. A maioria desses papéis é corrigida pelo câmbio, pela taxa Selic -hoje em 25,5% ao ano- ou por índices de preços, como o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
De acordo com dados do Tesouro e do BC, os títulos públicos em circulação no mercado em dezembro passado valiam R$ 623,2 bilhões. Desse total, 34,67% estavam na carteira dos bancos. Outros 32,11% estavam nas mãos dos FIFs (Fundos de Investimento Financeiro).
É razoável supor, portanto, que tanto as instituições financeiras quanto aqueles que aplicam em fundos de investimento tenham ficado com fatias semelhantes dos juros pagos pelo governo ao longo de 2002. As empresas também investem bastante em títulos públicos, embora em menor escala do que fundos e bancos.


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