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São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

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MONTADORAS

Jornal italiano diz que negócio faria parte de plano de reestruturação

GM pode ficar com a Fiat brasileira

Claro Cortes/Reuters
MERCADO PROMISSOR Operário na linha de montagem de caixa de câmbio da Volkswagen em Xangai; a montadora alemã pretende elevar a produção de 330 mil carros em 18% em 2003

DA REPORTAGEM LOCAL

O plano de reestruturação do grupo Fiat pode incluir a venda da subsidiária brasileira para a GM, segundo informou ontem o diário italiano ""Milano Finanza".
De acordo com o diário, a proposta seria apresentada em reunião extraordinária do conselho da Fiat, que pode ocorrer na segunda-feira. No mesmo dia estariam previstos encontros com bancos credores.
Segundo o ""Milano Finanza", a General Motors aumentaria sua participação acionária na Fiat Auto, divisão do grupo, dos atuais 20% para 40%, incorporando a unidade brasileira, em troca de uma injeção de capital entre 2,3 bilhões e 2,5 bilhões.
Em março de 2000, o grupo Fiat havia fechado um acordo com a montadora americana pelo qual a GM adquiriu 20% da montadora (por US$ 2,4 bilhões) -no mesmo contrato, a Fiat adquiriu uma participação de 6% na GM. O contrato prevê opção de venda dos demais 80% aos norte-americanos a partir de 2004.
A possibilidade de um acordo entre a GM e a Fiat tomou fôlego na semana passada, depois da morte de Giovanni Agnelli, patriarca da família que controla o grupo. Ele era um dos poucos membros do clã, o mais poderoso e influente da Itália, contrários à venda da subsidiária.
Mas são justamente os contínuos prejuízos da Fiat Auto que ameaçam a sobrevivência do grupo. No ano passado, a montadora registrou perdas de 1,4 bilhão, ante prejuízo de 549 milhões em 2001. A venda, no entanto, criaria um embaraço para o governo de Silvio Berlusconi: o de ceder o braço mais visível de seu principal conglomerado industrial a controladores estrangeiros.
Procurada pela Folha, a Fiat brasileira, por meio de sua assessoria, informou que não iria se pronunciar sobre ""especulações".
Em 2002, pelo segundo ano consecutivo, a Fiat liderou as vendas de automóveis e veículos comerciais leves no Brasil. Respondeu por 25,6% do 1,4 milhão de unidades vendidas. O faturamento no país em 2001 foi de R$ 8 bilhões, com lucro líquido de R$ 180 milhões. (JOSÉ ALAN DIAS)


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