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País pode ter apagão em 2010, diz especialista
Projeção aponta que haverá déficit de energia se expansão econômica for de 4,8% ao ano, de 2007 a 2010
MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO
Se o país se aproximar dos
5% de crescimento almejados
pelo governo no segundo mandato do presidente Lula, a oferta de energia elétrica poderá
não atender à demanda em
2010. O cenário foi traçado ontem pelo presidente da EPE
(Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, na
Fiesp, em São Paulo.
A projeção da autarquia responsável pelo planejamento
energético do país considera
aumento da carga de energia
(consumo e perdas) de 5,5% ao
ano, de 2007 a 2010, por conta
de variação anual do PIB de
4,8% no período. Nesse cenário, o déficit de energia em 2010
seria de 764 MW médios na relação oferta/demanda, o equivalente a 1,3% do mercado.
O risco de falta de energia foi
minimizado por Tolmasquim,
para quem o eventual aumento
da demanda poderá ser coberto
pelos futuros leilões de energia
nova. Segundo ele, a diferença
pode ser liqüidada em maio, no
próximo leilão A-3 (que prevê o
início do suprimento da energia contratada em 2010).
Tolmasquim desmereceu o
relatório da Seae (Secretaria de
Acompanhamento Econômico), vinculada ao Ministério da
Fazenda, que apontou risco de
apagão se a economia crescer
acima de 4% de 2007 a 2010.
"[O estudo] não é compatível
com a realidade. [...] Deve ter sido trabalho de estagiário."
O outro cenário trabalhado
pela EPE prevê expansão do
PIB de 4% ao ano entre 2007 e
2010 e aumento da carga de
energia de 4,9%. Nesse caso,
haveria sobra de 585 MW médios no último ano do governo
Lula, ou 1% do mercado.
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) descartou ontem
problemas de abastecimento.
""Não corremos risco de apagão", disse, em resposta ao relatório da Seae. ""O Ministério da
Fazenda fez um estudo, o de
Minas e Energia faz projetos e
todo o controle de abastecimento. Temos um conjunto de
obras do PAC que permite assegurar grau de suficiência do
país num horizonte para além
de 2010", afirmou.
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