São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

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País pode ter apagão em 2010, diz especialista

Projeção aponta que haverá déficit de energia se expansão econômica for de 4,8% ao ano, de 2007 a 2010

MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO

Se o país se aproximar dos 5% de crescimento almejados pelo governo no segundo mandato do presidente Lula, a oferta de energia elétrica poderá não atender à demanda em 2010. O cenário foi traçado ontem pelo presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, na Fiesp, em São Paulo.
A projeção da autarquia responsável pelo planejamento energético do país considera aumento da carga de energia (consumo e perdas) de 5,5% ao ano, de 2007 a 2010, por conta de variação anual do PIB de 4,8% no período. Nesse cenário, o déficit de energia em 2010 seria de 764 MW médios na relação oferta/demanda, o equivalente a 1,3% do mercado.
O risco de falta de energia foi minimizado por Tolmasquim, para quem o eventual aumento da demanda poderá ser coberto pelos futuros leilões de energia nova. Segundo ele, a diferença pode ser liqüidada em maio, no próximo leilão A-3 (que prevê o início do suprimento da energia contratada em 2010).
Tolmasquim desmereceu o relatório da Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), vinculada ao Ministério da Fazenda, que apontou risco de apagão se a economia crescer acima de 4% de 2007 a 2010. "[O estudo] não é compatível com a realidade. [...] Deve ter sido trabalho de estagiário."
O outro cenário trabalhado pela EPE prevê expansão do PIB de 4% ao ano entre 2007 e 2010 e aumento da carga de energia de 4,9%. Nesse caso, haveria sobra de 585 MW médios no último ano do governo Lula, ou 1% do mercado.
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) descartou ontem problemas de abastecimento. ""Não corremos risco de apagão", disse, em resposta ao relatório da Seae. ""O Ministério da Fazenda fez um estudo, o de Minas e Energia faz projetos e todo o controle de abastecimento. Temos um conjunto de obras do PAC que permite assegurar grau de suficiência do país num horizonte para além de 2010", afirmou.


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