São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

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Apesar de "caos aéreo", Gol tem lucro recorde

Empresa registra resultado líquido 61% maior que em 2005, mas vê perda de R$ 150 mi em receita devido a confusão nos aeroportos

Em dezembro, mês em que o "apagão aéreo" teve mais reflexos, vendas de passagens da companhia tiveram queda de 30%


MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de registrar lucro recorde em 2006, o resultado da Gol foi abalado pelo "apagão aéreo" que caracterizou o último trimestre do ano passado: a companhia aérea estima que, no período, sua receita tenha sido reduzida em R$ 150 milhões por conta do caos que tomou conta dos aeroportos. O apagão aumentou os custos da empresa em R$ 41 milhões.
O lucro líquido da companhia aérea foi de R$ 193,3 milhões de outubro a dezembro, uma alta de 27,7% na comparação com mesmo período de 2005, pelo padrão contábil brasileiro. No ano, o resultado positivo foi de R$ 684,4 milhões, 61,2% a mais que em 2005.
Pelo padrão americano (a companhia publica seus resultados pelos dois padrões, já que tem ações nos dois mercados), o resultado positivo foi de R$ 92,6 milhões no período, queda de 45,7% na comparação com o último trimestre de 2005.
"Dezembro foi o mês mais afetado [pela crise nos aeroportos]", disse Richard Lark, vice-presidente financeiro da empresa, durante a divulgação dos resultados da Gol. As vendas tiveram queda de 30% no mês passado na comparação com novembro, e o "yield" (média de quanto cada passageiro paga por quilômetro voado) teve uma redução de 15,3% ante o último trimestre de 2005.
De acordo com a empresa, a queda na taxa de ocupação média dos aviões, de 74,2% no quarto trimestre de 2005 para 67,9% no mesmo período do ano passado foi motivada também pelo fato de a companhia ter suspendido ações publicitária por conta do acidente envolvendo o Boeing da Gol no final de setembro do ano passado.
Sobre os problemas trazidos pela reforma na pista do aeroporto de Congonhas (SP), o presidente da Gol, Constantino Júnior, afirmou que uma alternativa pode ser transferir parte dos vôos para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Júnior negou que o recente boicote das agências de viagem à Gol, por conta da redução da comissão paga a elas pela empresa, esteja afetando as vendas em janeiro. "Tivemos alta de 25% nas vendas sobre dezembro, e agências têm manifestado apoio à Gol." Ontem, a Abav (associação que reúne as agências de viagem) informou que promoverá, amanhã e sexta-feira, uma nova manifestação contra a companhia.


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