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Apesar de "caos aéreo", Gol tem lucro recorde
Empresa registra resultado líquido 61% maior que em 2005, mas vê perda de R$ 150 mi em receita devido a confusão nos aeroportos
Em dezembro, mês em que o "apagão aéreo" teve
mais reflexos, vendas de passagens da companhia tiveram queda de 30%
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de registrar lucro recorde em 2006, o resultado da
Gol foi abalado pelo "apagão
aéreo" que caracterizou o último trimestre do ano passado: a
companhia aérea estima que,
no período, sua receita tenha
sido reduzida em R$ 150 milhões por conta do caos que tomou conta dos aeroportos. O
apagão aumentou os custos da
empresa em R$ 41 milhões.
O lucro líquido da companhia aérea foi de R$ 193,3 milhões de outubro a dezembro,
uma alta de 27,7% na comparação com mesmo período de
2005, pelo padrão contábil brasileiro. No ano, o resultado positivo foi de R$ 684,4 milhões,
61,2% a mais que em 2005.
Pelo padrão americano (a
companhia publica seus resultados pelos dois padrões, já que
tem ações nos dois mercados),
o resultado positivo foi de R$
92,6 milhões no período, queda
de 45,7% na comparação com o
último trimestre de 2005.
"Dezembro foi o mês mais
afetado [pela crise nos aeroportos]", disse Richard Lark, vice-presidente financeiro da empresa, durante a divulgação dos
resultados da Gol. As vendas tiveram queda de 30% no mês
passado na comparação com
novembro, e o "yield" (média
de quanto cada passageiro paga
por quilômetro voado) teve
uma redução de 15,3% ante o
último trimestre de 2005.
De acordo com a empresa, a
queda na taxa de ocupação média dos aviões, de 74,2% no
quarto trimestre de 2005 para
67,9% no mesmo período do
ano passado foi motivada também pelo fato de a companhia
ter suspendido ações publicitária por conta do acidente envolvendo o Boeing da Gol no final
de setembro do ano passado.
Sobre os problemas trazidos
pela reforma na pista do aeroporto de Congonhas (SP), o
presidente da Gol, Constantino
Júnior, afirmou que uma alternativa pode ser transferir parte
dos vôos para o aeroporto de
Cumbica, em Guarulhos.
Júnior negou que o recente
boicote das agências de viagem
à Gol, por conta da redução da
comissão paga a elas pela empresa, esteja afetando as vendas em janeiro. "Tivemos alta
de 25% nas vendas sobre dezembro, e agências têm manifestado apoio à Gol." Ontem, a
Abav (associação que reúne as
agências de viagem) informou
que promoverá, amanhã e sexta-feira, uma nova manifestação contra a companhia.
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